Nova vacina para combater a laringotraqueíte das aves é lançada em São Paulo

Imunização tem a vantagem de não difundir o vírus vacinalO governo de São Paulo lançou nesta quarta, dia 8, a nova tecnologia de vacina recombinante para combater a laringotraqueíte das aves (LTI). No município de Bastos, interior do Estado, a LTI encontra-se controlada desde 2004 com a utilização de vacinas produzidas com vírus vivo atenuado.

A nova vacina, do tipo recombinante, tem a vantagem de não difundir o vírus vacinal e marca o começo da etapa de erradicação da doença, com a consequente alteração na legislação sanitária estadual, permitindo-se, de forma gradativa, o trânsito das aves para fora do Bolsão de Bastos, interditado desde 2003.

Em entrevista ao Rural Meio-Dia, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, explicou que a meta é vacinar os 20 milhões de aves que formam o plantel de Bastos, maior produtor de ovos do país. O município produz 11,9 milhões de ovos por dia.

– Esperamos, em dois anos, ter um estado de erradicação da doença. Foi um trabalho importante de estudo biológico, de pesquisa, de produção de vacina e também da defesa sanitária animal do Estado – elogiou.

A laringotraqueíte infecciosa das aves é uma doença respiratória causada por um herpevírus, além de ter uma distribuição geográfica cosmopolita e suas ocorrências são frequentemente relatadas em áreas de grande concentração avícola.

A doença foi notificada pela primeira vez em 2002, em aves de postura de ovos comerciais na região de Bastos. Em 2009, também foi detectada em Guatapará. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) desenvolveu e implantou um programa baseado nos conceitos de epidemiologia, que consiste na aplicação de medidas compulsórias de biosseguridade, associadas a um programa oficial de vacinação.

– Houve uma grande colaboração dos avicultores aqui da região, criando um bolsão para isolar a doença. Eu diria, agora, que nós estamos na fase final: não ter mais nenhuma ave com resíduo da vacina com vírus vivo atenuado e, em dois anos, poder declarar o Estado livre – afirmou Alckmin.

A SAA dispõe de uma estrutura laboratorial, o Instituto Biológico de Bastos, para o diagnóstico e monitoramento sanitário da LTI e, por solicitação da secretaria, o Ministério da Agricultura autorizou a importação de vacinas do tipo recombinante. Coube ao Estado, em 2003, fazer o monitoramento sanitário, com vacinação assistida e fiscalização. Atualmente, a secretaria determina a nova vacina, continua o trabalho de monitoramento e fiscalização, dando início à fase de erradicação da doença.