Rio Grande do Sul quer reduzir ociosidade das indústrias de biodiesel

Estado é responsável por 25% do combustível produzido no paísAs indústrias de biodiesel do Rio Grande do Sul buscam maneiras de reduzir a ociosidade. O índice no Estado chega a 50%. O relatório sobre desafios e oportunidades do biodiesel foi divulgado nesta quarta, dia 8, em Porto Alegre, pela Fundação de Economia e Estatística (FEE).

Das indústrias gaúchas saem 25% do biodiesel produzido no país. Em 2010 foram 520 mil toneladas. De acordo com economistas, o aumento natural do consumo previsto para os próximos anos não vai ser suficiente para diminuir o tempo que as fábricas ficam paradas.

— O primeiro desafio que é enfrentado hoje pela indústria do biodiesel é a própria demanda pelo biocombustível no mercado interno, que é dependente estritamente da revisão do marco regulatório do setor, da expansão da mistura do biodiesel no diesel produzido a partir do petróleo — explica o economista da FEE, Rodrigo Feix.

A expectativa das indústrias é aumentar de 5% para 20% a quantidade de biodiesel misturada ao diesel até 2020. Outro desafio é aumentar a capacidade de processamento interno da soja.

— É importante que a indústria brasileira de processamento de soja reúna condições competitivas para esmagar o produto domesticamente e também que os principais demandantes hoje da soja em grão, no caso a China, revise a sua postura e passe a importar carnes, o que permitiria o processamento interno da soja e aumentaria a oferta de óleo para a produção de biodiesel — afirma Feix.

Cerca de 82% do biodiesel produzido no Brasil ainda é feito com óleo de soja. A canola aparece como a principal alternativa para diminuir a dependência do grão.

— Ela já se mostrou útil na produção do biocombustível na União Europeia, porém a produtividade no Rio Grande do Sul ainda é muito baixa. Então, um grande desafio é expandir a produtividade para utilizar a canola, que não concorre com a soja, já que ela é uma cultura de inverno — diz Feix.