— Em grandes regiões produtoras de Santa Catarina e São Paulo houve queda de 20 a 21% na produção. Com isso os preços aumentaram de forma exacerbada, revertendo uma tendência de baixa nos preços — comenta o pesquisador do Instituto de Economia Agrícola, José Sidnei.
No interior de São Paulo, além da chuva, produtores estão sofrendo também com a forte onda de calor. Nem mesmo quem planta em estufa está conseguindo cultivar o tomate de forma saudável. A temperatura elevada trava o crescimento da planta.
O produtor de tomate Marcelo Cury Amussi tem 75 estufas e produz uma média de 15 toneladas por mês no município de Salto. Em janeiro, a produtividade caiu 25%. Além do calor, durante os períodos de chuva a incidência de luz não é suficiente para desenvolver o fruto e o tomate fica mais vulnerável às pragas.
— Não é que nem na Europa, que no inverno rígido quebra o ciclo, mata todas as pragas, depois começa tudo de novo. Aqui, como é um país tropical, não tem quebra de cliclo, então a praga a cada ano que passa está aumentando mais com o controle mais difícil — diz Amussi.
Em duas décadas produzindo tomate, Amussi classifica o período atual como o pior de todos, tanto em produção como em comercialização. O preço mais alto não chega ao produtor. Quem ganha dinheiro, segundo o produtor, são os intermediários.
— Para o produtor não muda. Então, se o preço subiu é porque a produção caiu muito. Então, mesmo que dobre o preço para o produtor, como a produção caiu mais do que a metade, acaba não compensando. Para o produtor nunca faz diferença — explica o produtor.