Quebra de contratos mobiliza comerciantes de algodão dos EUA

Carregadores buscam apoio do governo norte-americano para conter os descumprimentos, segundo associaçãoAlguns dos maiores comerciantes de algodão do mundo estão buscando apoio do governo dos Estados Unidos para conter a onda de descumprimento de contratos que ocorreu após as fortes oscilações de preço da fibra no ano passado.

– Estamos procurando alguma assistência do governo em qualquer sentido que conseguirmos – diz o presidente da Associação Americana de Carregadores de Algodão (Acsa, na sigla em inglês), William May.

O valor total de contratos descumpridos de algodão ainda vem sendo apurado, mas May disse que está na casa das “centenas de milhões de dólares”, correspondentes a de três a cinco milhões de fardos. O dado significa que os contratos descumpridos representam de 20% a 30% do total de 15,67 milhões de fardos produzidos no último outono dos Estados Unidos, maior exportador mundial da commodity.

A Acsa declarou que vai buscar apoio do governo dos Estados Unidos juntamente com o Conselho Nacional de Algodão, um grupo da indústria, além de uma associação de cooperativas de algodão (Amcot).

– Isso deve continuar, provavelmente até que se cuide de todos esses contratos de alto preço – disse o presidente da Acsa, Phil Bogel, trader da Toyo Cotton.

Em março do ano passado, o algodão atingiu o preço recorde de 227 cents por libra, quando a demanda cresceu e a oferta foi prejudicada pelo clima adverso em alguns países, como o Paquistão. Mas os preços recuaram em seguida, quase 60% até o fim de 2011, a partir da máxima recorde. Muitas indústrias cancelaram as encomendas que haviam feito a preços mais altos. A oscilação das cotações reduziu as margens de lucro de companhias de vestuário, commodities e indústrias têxteis.

Recentemente, a Associação Internacional de Algodão (Icac), que estabelece as regras para a maioria do comércio de algodão, disse que recebeu um recorde de 242 pedidos de arbitragem em 2011.