? É importante que a gente recupere o mercado da União Européia, que potencialmente pode atingir 300 mil toneladas por ano. E isso seria um grande alento para a indústria da carne, para a pecuária brasileira neste momento de crise, onde outros mercados como a Rússia e Oriente Médio estão mostrando uma queda acentuada de volume e preços nos últimos meses ? disse o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne Bovina (Abiec), Roberto Gianetti da Fonseca.
As lideranças do setor produtivo de carne bovina falaram também sobre a expectativa em torno da visita da missão européia ao país.Os europeus vão verificar, principalmente, se o Brasil tem o controle do histórico dos animais, do nascimento ao abate. No começo do ano passado, a União Europeia cancelou as importações porque verificou falhas no sistema de rastreabilidade. Desde então uma série de medidas foram adotadas e parte das exportações, retomada.
? Já avançamos muito nesse último ano. A missão europeia está aí e a gente espera que ela esteja de acordo com o que foi feito até aqui, mas temos ainda o que avançar ? afirmou Stephanes.
Os produtores também mostram que estão fazendo o dever de casa. Para que o Brasil atenda às exigências do mercado externo, o Conselho Nacional de Pecuária de Corte traduziu para a língua portuguesa o Código Sanitário para Animais Terrestres. As regras da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) só existiam em cinco idiomas, o que muitas vezes provocava dúvidas em produtores e veterinários na hora de adotarem determinados procedimentos.
? Agora temos realmente a ferramenta para interpretar e analisar epidemiologicamente. O que precisamos fazer é continuar fazendo o nosso serviço de casa, principalmente na questão da febre aftosa, ou seja, prosseguir vacinando e monitorando para que possamos erradicar essa doença clinicamente até 2010 ? avaliou o presidente do Conselho Nacional da Pecuária de Corte, Sebastião Costa Guedes.