Dados levantados pela empresa mostram que, em fevereiro, o açúcar negociado em São Paulo, principal referência do mercado, caiu 4,8%, cotado, em média, a R$ 56,00 a saca. Na mesma época no ano passado, o valor era de R$ 75,00. Além disso, o Brasil exportou dois milhões de toneladas a menos na safra 2011/2012 em comparação à anterior.
– Essa não exportação ficou no mercado interno na forma de estoque. Os estoques, neste momento, no Centro-Sul são mais altos do que no ano passado e isso gera pressão de baixa sobre preços. Na medida em que o mercado externo não dá suporte e a perspectiva para o mercado externo é de estabilidade com viés de baixa, é razoável que a gente possa esperar que os preços no Centro-Sul, mesmo na entressafra, tenham estabilidade com viés de baixa – diz.
Para Borges, pelo menos por enquanto, a expectativa é de que o açúcar brasileiro mantenha preços menores que os de 2011. A próxima safra deve reforçar o cenário de larga oferta e, no mercado internacional, nada indica que a pressão de baixa se reverta.
– A usina certamente não vai ter a margem de lucro esperada do ano passado e também não vejo possibilidade de prejuízo. O consumidor, o cliente da usina, vai pagar um preço que é mais próximo do custo de produção – avalia.
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O analista da Archer Consulting Arnaldo Corrêa concorda e afirma que o mercado internacional já reflete uma perspectiva baixista. A bolsa de Nova York opera com cotações em torno de US$ 0,24 por libra-peso. Para ele, pode cair mais, chegando a US$ 0,22.
– US$ 0,22 está muito próximo do nosso custo de produção. Se você pegar a maioria das usinas do Centro-Sul e fizer o equivalente FOB Santos, está em US$ 21,5. Então, estaremos com rentabilidade muito mais estreita nesta safra – afirma.
Cotações acima disso, explica o analista, podem vir no terceiro trimestre deste ano. O preço em Nova York pode atingir US$ 0,25 ou US$ 0,27 por libra-peso. Entretanto, depende também da ação dos concorrentes do Brasil.
– Em 2012/2013 acho que ainda será um pouco apertado, por causa dos nossos concorrentes, principalmente, Tailândia e Índia, que podem despejar seus excedentes no mercado internacional e por isso derrubar preços. Porém, no ano que vem, o mercado já está sinalizando em 2013/2014, em função até mesmo de um crescimento pequeno que a gente vem tendo no setor, preços mais remuneradores para o produtor – conclui.
