Governo quer levar internet com preços populares às residências rurais até o fim do ano

Das cinco milhões de propriedades rurais, apenas 250 mil possuem conexão à rede mundial de computadoresA cada ano, novas técnicas aumentam a produção e diminuem as perdas no campo. É a tecnologia a serviço do agricultor. O acesso à internet, que facilitaria a busca de informação, porém, continua sendo um entrave.

Das cinco milhões de propriedades rurais, apenas 250 mil estão conectadas em todo o país. Poucas empresas oferecem o serviço, que acaba ficando caro. A meta do governo é levar, até o final do ano, internet com preços populares às residências rurais.

O Ministério das Comunicações está testando um sistema de radiofreqüência em três regiões. A tecnologia deve estar disponível comercialmente ainda este ano. A promessa é de equipamentos financiados e mensalidade a preços populares.

– Está funcionando muito bem com a tecnologia baseada em rádio, são rádios muito potentes que alcançam 60, 70 quilômetros com boa qualidade, se for lugar plano vai mais longe ainda e com isso nós vamos começar a implantar esse sistema de internet rural – conclui o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

Há três anos, o produtor rural Leomar Cenci instalou uma antena no topo do silo. Por ela, vem o sinal para acessar a previsão do tempo, cotações de mercado e o gerenciamento online da fazenda.

– A gente teve que investir cerca de R$ 5 mil a R$ 6 mil em equipamento. Não é barato em relação ao que a gente vê na cidade, onde tem mais concorrência e mais empresas oferecendo o serviço – afirma Leomar.

O acesso à internet no campo é para poucos. Apenas 6% dos domicílios na zona rural estão conectados a rede. Na maioria das regiões o sinal é fraco, caro e muitas vezes nem existe.

É assim na fazenda do produtor rural Cláudio Malinski. Ele precisar ir a cidade pelo menos uma vez por semana usar a internet. Tempo que poderia ser melhor aproveitado na propriedade.

– A gente é rural, mas só se beneficia de tecnologia se comportando como um cidadão urbano. Se na cidade tem esse acesso, inclusive o governo facilita o acesso para regiões mais carentes, o rural tem esse mesmo direito, diz o produtor rural Cláudio Malinski.