São Paulo produz pouco mais de um 1,5 milhão de toneladas de soja. Entretanto, a contribuição do Estado não está no tamanho da safra, e sim porque é a soja paulista que abastece as grandes indústrias que produzem o farelo, usado no mercado interno. Este ano, 502 mil hectares foram plantados no Estado, 3% a menos que na safra passada. Boa parte disso começa a ser colhida agora, no fim de fevereiro.
Nos 210 hectares de soja que plantou, o produtor rural Kengo Fukugauti espera colher 60 sacas por hectare. A produtividade é um pouco melhor que a da última safra.
– Todo ano nós estamos investindo em maquinário, equipamento moderno pra ver se tenta melhorar a cada ano a média de produtividade. Nos últimos três anos, nós temos conseguido fazer essa jogada – explica Fukugauti
O clima também ajudou a diminuir um problema que os produtores tiveram na safra passada: o mofo branco. A doença deixa as folhas esbranquiçadas e diminui o tamanho dos grãos, causando quebra na produtividade.
– Esse ano choveu menos do que o ano passado na formação da soja e, com isso, o ataque de mofo também foi um pouco menor. Apareceu, mas não causou tanto dano – afirma o gerente de fazenda Ademir Quiroga.
Para completar o quadro positivo, o agricultor também já garantiu a venda da produção por R$ 45 a saca. O preço é melhor que a média do Estado, que está em R$ 42,80.
– Nos últimos anos tem dado um preço bom, tanto soja quanto milho, então o agricultor está animado neste sentido – diz Fukugauti.
O pesquisador José Sidnei Gonçalves, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), explica que os preços da soja estão melhores por dois motivos: a safra da América Latina vai ser menor por causa da seca e a demanda segue crescendo.
– É a demanda dos países emergentes. Enquanto a China estiver crescendo, o preço dos alimentos estará sendo puxado para cima. E soja é alimento na China, então isso vai levar a condições favoráveis para essas commodities, afirma o pesquisador José Sidnei.