– Nas próximas semanas, terá um aumento no preço da batata. Lembre-se de que alguém já está plantando. Logo na frente, este preço vai reverter esta curva de alta e vai cair. E, às vezes, cai abruptamente – aponta.
Para o presidente da Associação Brasileira de Batata (Abba), Kenji Okamura, a oscilação é normal.
– Normalmente, nesta primeira época, no plantio que a gente chama de verão, que seria o plantio de janeiro, fevereiro e março, as produtividades são mais baixas em função do clima mais quente, que não é propício para a batata. Então, os preços normalmente são melhores – explica.
O produtor rural Antonio Furtado relata que o solo em sua propriedade de 120 hectares, em Buri (SP), o preparo do solo está atrasado. Com a expectativa de colher 90 mil sacas de batatas, ele pretende revirar a terra para iniciar o trabalho. E garante que, mesmo com o atraso, em função da terra, antes plantada com milho, estar encharcada, a produção não deve ser comprometida. Motivo de apreensão para Furtado é o preço do legume que, no ano passado, não cobriu os custos.
Segundo o produtor, em dezembro, a saca de batatas foi vendida a R$ 23,00, com custo de R$ 25,00.
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– Os custos nunca baixam. Por mais que o dólar caia, esses produtos importados nunca baixam para nós – afirma.
Para driblar a variação de preços e possíveis prejuízos, Furtado salienta que plantará também milho e soja, além de criar gado.
– Tem que continuar plantando. A gente diversifica com outras culturas pra sustentar a fazenda. Não é fácil – lamenta.
O Brasil produz 2,5 milhões de toneladas de batata por ano em 110 mil hectares de plantação. Os principais Estados produtores são Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
