O produtor rural Germano Bastos cultiva cebola em uma área de dois hectares no município de Ibiúna, interior de São Paulo. Conforme o agricultor, a produtividade chegou a 35 toneladas por hectare. Pelo quilo do produto, recebeu R$ 0,45. Apesar do preço razoável, Bastos diz estar preocupado com os altos custos da lavoura. Para cada saca de 20 quilos, o gasto foi de aproximadamente R$ 7, com irrigação adubo e defensivo.
Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), o maior entreposto da América Latina, o preço no atacado está maior. No mesmo período do ano passado, o quilo era comercializado a R$ 0,80. Agora, o valor chega a R$ 1,50. Uma maior oscilação no mercado é prevista para março, quando ocorre a entrada da cebola argentina.
Para competir com o importado, os produtores nacionais acabam vendendo mais barato. Segundo o economista da Ceagesp Flávio Godas, para enfrentar a concorrência é preciso apostar na qualidade.
— O volume entra para compor a nossa oferta e apresenta grande qualidade. Ele dá mais opção para o consumidor e também faz com que o produtor se prepare e invista em qualidade e possa competir com este produto vindo de fora — afirma Godas.
Apesar da concorrência a expectativa é boa para 2012. Bastos plantou a safra que deve colher em maio. Ele espera vender daqui a três meses o quilo da cebola por R$ 1. Dessa forma, ganharia R$ 13 em cada saca de 20 quilos.