Em uma granja no município de Tatuí, no interior de São Paulo, a produção de ovos passa de duas mil caixas por dia. Cada caixa tem 30 dúzias, ou 360 unidades. Em dezembro, até pouco antes das festas de fim de ano, uma caixa do tipo extra era vendida por R$ 48. No final de janeiro, o preço estava em R$ 39.
— Chega no final do ano, as indústrias e as escolas param. Depois do Natal, as empresas dão férias coletivas para os empregados, então o consumo diminui — alerta o gerente de vendas da granja, Reinaldo Ceciliato.
A variação de preço, considerada típica para o período, levou a granja a adaptar a produção. De acordo com o Ceciliato, descartes de aves para a renovação do plantel foram feitos antes do que normalmente acontecem e em volume maior que a entrada de novas galinhas.
De dezembro até agora, houve uma redução de até 10% no plantel. Após o período chamado de vazio sanitário, o aviário deve receber novas aves na metade de março. O diretor do Instituto Ovos Brasil, José Roberto Bottura, confirma que a antecipação dos descartes nas granjas foi comum.
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Na granja de Tatuí, a caixa com 30 dúzias do ovo tipo extra hoje tem saído por R$ 49, R$ 10 acima do praticado pela empresa há um mês. Segundo o Instituto Ovos Brasil, um valor dentro da média do mercado. Mas os representantes do setor alertam: o preço melhor hoje não deve ser visto com euforia pelo produtor.
— A situação varia muito. Hoje estamos falando de um preço razoável para o mercado, mas pode ser que, passando a quaresma, com alguns lugares que tem produção maior e venda menor, ocorra pressão nos preços — diz Ceciliato.
— Ele não vai poder se empolgar com esse preço de ovo e fazer alojamento porque não vai dar certo. Acho que todo mundo tem que ter cautela. Hoje dinheiro está difícil de ganhar e cautela seria a ordem do dia — comenta Bottura.
