Com queda de 13,23%, o setor de legumes apresentou forte retração no período. Segundo o economista da Ceagesp, Flávio Godas, normalmente, nesta época do ano, o setor teria alta de preços, mas este ano é considerado atípico. As chuvas contínuas que prejudicam as regiões produtoras neste período vieram com menos intensidade nos primeiros meses de 2012.
– Apesar das altas temperaturas registradas em todo o país, não houve grandes perdas na produção, principalmente de hortaliças – comenta Godas.
O setor de pescados também teve recuo nos preços, com 5,93%. As principais baixas foram em sardinha (-28,9%), pescada tortinha (-28,7%) e pescada (-26,7%). Já as altas foram do camarão ferro (10,3%), pacu (10,4%) e polvo (5,6%).
O setor de verduras apresentou recuperação dos preços e encerrou fevereiro em alta de 12,33%. De acordo com Godas, estes produtos são extremamente sensíveis ao clima e, tradicionalmente, registram elevações de preços acentuadas neste período. Neste ano, o setor acumula alta de 12,69%, que é considerada fraca, já que a base de comparação (dezembro) é bastante reduzida para o setor.
Os setores de frutas (1,72%) e de diversos (2,66%) tiveram alta nos preços. No setor de frutas, os aumentos foram da maça estrangeira (74,96%), do mamão havaí (50,2%) e do maracujá azedo (32,4%). As quedas foram do abacate geada (-28,7%), da pera estrangeira (-29,9%) e da goiaba (-20,3%).
Já o setor de diversos foi influenciado pela expressiva alta da cebola. Conforme Godas, neste primeiro semestre não há quase oferta em São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. O produto se concentra na Região Sul do País, principalmente em Santa Catarina. Também ocorrem importações da Argentina, Holanda, entre outros.
A Ceagesp estima que, com a previsão de chuvas em março, pode haver altas nos preços até o fim do verão. As chuvas, associadas a altas temperaturas, são bastante prejudiciais para a maioria das hortaliças, afirma o economista. Já o setor de frutas deve continuar com boas opções, principalmente, os produtos em safra como limão, goiaba, caqui, banana nanica, pera, uva, entre outros. No entanto, com a demanda ainda aquecida, o setor deve continuar registrando ligeiras altas, conclui Godas.