Segundo o diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, o movimento quer demonstrar que existe a preocupação de toda a sociedade em relação à votação do Código Florestal.
– O que a gente quer mostrar é que esse “papo” não é só de ambientalista e ruralista. Tem muito mais coisa quando se trata de política pública, de interesse nacional. O que a gente está vendo aqui hoje é uma reação àquilo que os ruralistas dizem que é um interesse do agronegócio – diz.
Mantovani defende que o governo atue no ajuste de questões delicadas do Código e que não ceda a pressões partidárias, permitindo que a base aliada vote um projeto de tal importância com tanta rapidez.
– Nós queremos fazer com que todos tenham uma participação, que todos (os movimentos) sejam ouvidos. Não há essa urgência, essa pressa para votar aquilo que é de interesse daqueles que não querem pagar suas contas (…) que querem simplesmente continuar surfando em cima deste grande momento brasileiro, que é o agronegócio – completa.
Para Rodrigo Joffily Bucar Nunes, empresário e militante do grupo Mangue Faz a Diferença, a participação das pessoas na passeata evidenciou o desgosto da maioria da população com relação à gestão do governo em certos assuntos.
– Esse movimento mostra a posição da sociedade civil que não quer ver a coisa aprovada. Não adianta gerar mais alimento de forma insustentável acabando com recursos naturais, é andar pra trás. O que fica claro pra gente é que quem está lá dentro não respeita a gente (referindo-se ao Congresso). Estamos aqui na porta dizendo que tem algo errado – alerta.
O estudante de psicologia Renan Lucena saiu do Rio de Janeiro para participar das atividades do movimento “#VetaDilma”, no gramado do Congresso, e disse que a votação do Código Florestal deveria ser uma preocupação nacional.
– Esta é uma mobilização nacional, embora muita gente não dê muita bola para o que está rolando aí no Congresso. A questão das leis ambientais do nosso país é algo impactante – aponta.
A votação da proposta do Código Florestal, marcada para esta terça, dia 6, na Câmara dos Deputados, foi adiada para a próxima terça, dia 13, em reunião de líderes da base aliada. De acordo com o líder do governo na Casa, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), a votação foi remarcada para que o relator, Paulo Piau, possa concluir o seu parecer sobre a pauta.
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Infográfico: Confira os dois lados do relatório
do Código Florestal aprovado no Senado