Secretário de Política Agrícola aposta no milho para repetir safra recorde

Caio Rocha lembra que expansão de 3,6% na área plantada e aumento de 15,5% no uso de fertilizantes sinalizavam que a safra tinha potencial para ser a maior da históriaO secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Caio Rocha, aposta no aumento do plantio e da produtividade do milho de segunda safra, que está na fase final de plantio, para que a produção brasileira de grãos possa pelo menos repetir o recorde de 162,837 milhões de toneladas registrado no ano passado.

Os números divulgados nesta quinta, dia 8, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com base em levantamento feito entre os dias 23 e 29 de fevereiro, mostram que a produção brasileira de grãos na safra 2011/12 deve ficar em 157,8 milhões de toneladas, volume 3,1% inferior ao colhido na safra passada.

A forte estiagem que entre janeiro e fevereiro deste ano castigou as lavouras na região Sul frustrou a expectativa de colheita de uma safra recorde. O secretário Caio Rocha lembra que a expansão de 3,6% na área plantada (para 51,682 milhões de hectares) e o aumento de 15,5% no uso de fertilizantes (para 28,3 milhões de toneladas) sinalizavam que a safra tinha potencial para ser a maior da história.

Agora, para chegar ao recorde da safra passada, a produção do milho safrinha deveria atingir pelo menos 30 milhões de toneladas, ante as 25,8 milhões estimadas no levantamento divulgado nesta quinta pela Conab, e bem acima das 21,481 milhões de toneladas colhidas na safra passada.

Se a previsão otimista do secretário se concretizar, a safrinha de milho se tornaria efetivamente uma “segunda safra”, pois a produção ficaria próxima das 35,898 milhões de toneladas estimadas para safra de verão, que apresentou uma queda de 7,5% (4,296 milhões de toneladas). As perdas foram mais expressivas no Rio Grande Sul (recuo de 44,8%) e no Paraná (menos 13,7%).

Caio Rocha afirmou que irá realizar uma reunião na próxima semana com os diversos segmentos ligados à produção e consumo de milho para discutir estratégias de incentivo à busca da autossuficiência da matéria-prima na região Sul. Ele diz que em anos de produção normal o Rio Grande do Sul importa dois milhões de toneladas de milho de outros Estados para atender à demanda. A dependência de Santa Catarina na importação é de um milhão de toneladas.

Clima
Os dados relativos à previsão climática divulgados nesta quinta pela Conab mostram que as chuvas devem continuar abaixo da média na metade oeste da região Sul, o que pode prejudicar o desenvolvimento do milho safrinha e o plantio das culturas de inverno, como o trigo. No Nordeste, as chuvas também devem ficar abaixo da média no leste do Maranhão e no centro-norte do Piauí, o que pode prejudicar as safras. As chuvas devem ocorrer dentro da média nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. A expectativa é de redução gradativa das precipitações a partir de abril no Sudeste e de maio no Centro-Oeste.