Índia confunde mercado com nova decisão sobre algodão

País emitiu ordem formal revertendo proibição dos embarques de algodão imposta na semana passada, mas não está claro se isto significa retomada completa de exportaçõesA Índia emitiu nesta segunda, dia 12, uma ordem formal revertendo a proibição dos embarques de algodão imposta na semana passada, mas não chegou a restabelecer a permissão geral das exportações, apesar da promessa feita no fim de semana pelo ministro de Comércio do país, Anand Sharma.

O vai-e-vem sobre o assunto desde que a restrição foi introduzida na segunda passada, dia 5, confundiu o mercado, já que não está claro se a iniciativa recente significa uma retomada completa dos embarques da Índia, segundo maior exportador de algodão do mundo.

Depois que a proibição foi criticada pelo ministro de Agricultura e por políticos das principais províncias produtoras da fibra, o governo indiano informou na sexta, dia 9, que suspenderia parcialmente a medida, liberando as exportações para as quais a documentação foi concluída até 4 de março.

No domingo, contudo, o ministro de Comércio informou em um comunicado que “tendo em vista os fatos, os interesses dos produtores, da indústria e do comércio”, decidiu-se reverter completamente a restrição.

A posição mudou novamente nesta segunda-feira, com o secretário de Comércio, Rahul Khullar, dizendo a repórteres que não serão aceitos novos registros de exportação até que uma revisão dos pedidos e dos embarques recentes seja finalizada. A Índia fiscalizará todos os registros desde janeiro, suspeitando que ofertas estão sendo estocadas fora do país, causando em uma escassez doméstica, de acordo com Khullar.

– Mais de 85% das exportações da Índia estão indo para China. Temos evidência de que eles estavam estocando – disse o secretário.

A Associação de Algodão da China protestou na semana passada contra a proibição dos embarques, chamando-a de “infrutífera”.

Não está claro também se os 3,5 milhões de fardos de algodão, já registrados para exportação, serão liberados. A inspeção do governo levará quase 10 dias. Um painel ministerial revisará o caso novamente dentro de duas semanas, segundo o secretário de Comércio. As informações são da Dow Jones.