– Como a pauta agrária no início do governo Dilma não avançou, as desapropriações foram vergonhosas, pior índice dos últimos 16 anos, isso gera uma coisa conflituosa -, analisou um dos coordenadores nacionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Alexandre Conceição.
De acordo com o líder, 2012 será um ano atípico na luta no campo, com a intensificação das reivindicações. O Abril Vermelho consiste em uma série de manifestações e ocupações feitas anualmente pelo MST para lembrar o massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 7 de abril de 1996 no Pará, e pedir agilidade na reforma agrária.
O MST esteve engajado na campanha da presidenta Dilma Rousseff e, em abril do ano passado, de acordo com Conceição, a relação com o novo governo ainda se definia.
– Como na campanha ela assumiu o compromisso de dar continuidade ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nós entendemos que seria dar continuidade às desapropriações – destacou.
No entanto, ao final de um ano de governo, de acordo com dados do MST, somente 22 mil famílias foram assentadas. Só do MST, há cerca de 100 mil famílias esperando pelas desapropriações de terra. De acordo com Conceição, houve cortes no orçamento e demora na nomeação do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.
Entre as organizações que irão se mobilizar para participar da luta conjunta por melhorias no campo estão a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Federação dos Trabalhares da Agricultura Familiar (Fetraf), o MST e a Via Campesina.