A estimativa é de produzir 1,5 milhão de toneladas a menos de arroz do que na safra anterior e de três milhões de toneladas a menos de soja em relação à expectativa inicial.
No noroeste do Estado, maior região produtora de grãos, a colheita da soja ainda ocorre em pontos isolados. A falta de chuva causou diferenças no ciclo da planta. Além disso, o cultivo escalonado também contribuiu para a falta de uniformidade nas lavouras.
– Começamos a colheita na semana passada, porque tem grão que apurou mais cedo devido ao calor. Em compensação, tem partes que só vão ser colhidas em 30 dias – conta o agricultor Jandir Bersch, do município de Cruz Alta (RS).
Nos 500 hectares em que Bersch planta com os dois irmãos e o pai, o prejuízo é desolador. A produtividade média é de sete sacos por hectare, com pico de 10 sacos em uma pequena área. A chuva recente pouco ajuda.
A estimativa do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) de baixo rendimento do grão está se confirmando. A produtividade, que estava em oito toneladas por hectare no ano passado, agora está em 7,7 toneladas por hectare. Menos arroz no mercado deve resultar em alta de preço.
Com 420 hectares plantados na fronteira oeste do RS, o produtor Leomar Bertholdt está sentindo a diferença. A produtividade que chegava a nove toneladas por hectare deve ficar em torno de 7,5 toneladas por hectare.
– A gente que se criou na lavoura já sabe que isso ia acontecer – concluiu Bertholdt.