Salvador despede-se da segunda etapa do circuito Feicorte

Evento que leva novidades da cadeia produtiva da carne a pecuaristas encerrou-se nesta quintaNovas perspectivas para o pecuarista baiano, como o crescimento de projetos de confinamento e a construção de frigoríficos no Estado, marcaram esta quinta, dia 22, último dia do circuito Feicorte em Salvador, na Bahia. Em sua segunda etapa, o evento percorre os principais polos de produção de carne do país.

A primeira parte ocorreu em Cuiabá, em Mato Grosso. No total, 1,5 mil profissionais ligados à cadeia da carne participaram, representando a produção de 12 milhões de cabeças de gado do Nordeste e do Centro-Oeste.

– Um evento assim traz novas tecnologias já aplicadas em São Paulo e Minas Gerais e abre a cabeça do produtor baiano. A gente precisa dessa informação pra competir com outros mercados, produzir uma carne de melhor qualidade e ter um boi mais manso – avalia o pecuarista Waltercio Fonseca Neto.

Entre os  temas mais procurados está o confinamento, técnica que vem crescendo, principalmente, no oeste baiano. O professor do Departamento de Zootecnia da Universidade de Viçosa, Pedro Veiga, explicou como gerenciar um projeto na área. Ele alerta para a especificidade das dietas para cada tipo de gado.

– A gente foca só no boi magro e esquece que ele foi bezerro um dia. Pesquisas recentes têm mostrado que se uma vaca sofreu restrição nutricional na gestação, o bezerro tem a formação comprometida, então não vai ter potencial para ganhar peso.

Durante o último dia de Feicorte, a Secretaria da Agricultura apresentou o projeto de entrepostos frigoríficos, que contempla a construção de 23 novas indústrias. Atualmente, existem 30 no Estado.

Com boas perspectivas de crescimento do setor, os pecuaristas também ficaram de olho em novas possibilidades. Em um dos estandes, Edimilson Souza, criador de Nelore do Recôncavo Baiano, buscou informações sobre a raça sintética Braford, fruto do cruzamento entre zebuínos e a raça europeia Hereford, bastante comum no Sul.

– Você tem de conhecer um pouco de cada raça, ver o pontencial, o que cada uma pode oferecer de vantagem. Não podemos nos fechar para novas tecnologias e novos cruzamentos  – defende.