Segundo a CNT, 350 mil caminhões já poderiam ser encaminhados para a reciclagem hoje. Se nada for feito, até 2025 este número praticamente dobrará.
— Estes veículos têm, em comparação com os mais novos, uma tecnologia ultrapassada. Eles consomem mais combustível, emitem mais poluentes, estão mais sujeitos a risco e a manutenção é cada vez mais dificultada. Isso faz com que o país perca em competitividade, porque a ineficiência destes caminhões é repassada para os custos de movimentação, que chegam aos produtos finais que todos nós compramos — explica o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.
A entidade ainda aguarda uma resposta do governo federal para a proposta apresentada.
— Dentro da proposta foi contemplada a retirada destes veículos, a destinação adequada deles a um centro de reciclagem, onde é feita toda a tratativa ambiental, a retirada de fluídos, em que se evita a criação de um passivo ambiental. Por outro lado, ao caminhoneiro é destinado um bônus para que ele utilize no pagamento de um veículo mais novo — afirma Batista.
Uma linha de financiamento específica também teria que ser criada. Hoje, o governo já oferece financiamentos com juros baixos pelo programa Procaminhoneiro, mas só 19% dos recursos vão para pessoas físicas.
Para o especialista em agronegócio e professor da Universidade de Brasília Flávio Botelho, investir apenas na renovação da frota não resolve o problema.
— A gente teria que investir muito mais em infraestrutura de transporte. Aí estaríamos pensando em todas as formas de transporte, para que esse processo se dê de uma forma sustentável, sem afetar tanto o meio ambiente e reduzindo o custo das mercadorias, ampliando o mercado que o Brasil pode ter no exterior — diz.