Para a entidade, as medidas não trarão vantagens significativas que permitam ampliar a competitividade do país. “A Fecomercio-SP acredita que o pacote é uma junção de medidas pontuais que respondem somente à demanda e à pressão de um setor específico, o industrial, sem resultar em melhoras efetivas para a economia nacional”, afirma a nota.
Para a Federação, as elevações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Importação são formas de reservar mercado para setores específicos e resultam em diminuição dos esforços em pesquisa e desenvolvimento, perda de competitividade e prejuízo para o consumidor. Além disso, a Federação teme que o Brasil se indisponha com parceiros comerciais e se torne alvo de reclamações na Organização Mundial do Comércio (OMC).
“A melhor maneira para estimular o consumo de produtos nacionais é reduzir a carga tributária do produto nacional”, receitou a federação.
Como ponto positivo, a Fecomercio-SP elogia a desoneração da folha de pagamento, “que tem potencial para gerar ainda mais empregos e aquecer a economia”. Entretanto, a federação alerta para o fato de que essa medida só terá a eficácia que o governo deseja se o setor industrial não se apoderar desse benefício, passando a contar com uma margem de lucro maior. “O governo terá de acompanhar os efeitos e a atuação dos beneficiários”, diz a nota.
COMPETITIVIDADE
Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, considerou positivas as medidas de estímulo ao setor anunciadas. Entretanto, ele acredita que as ações não resolverão o problema da falta de competitividade das empresas brasileiras.
– Você pega a empresa mais competitiva e moderna do mundo, traz para o Brasil e vai ver que ela terá os seus custos aumentados consideravelmente. Daqui a alguns meses, certamente teremos de estar aqui novamente [anunciando mais medidas] – declarou Paulo Skaf.