– Desde o início da década, a safra total de milho não se equiparava à de soja – diz.
Um destaque nas lavouras visitadas pelo Rally, ainda segundo Pessôa, foi a região de Maranhão, Piauí e Tocantins, além do oeste da Bahia, com forte expansão do milho verão de alta tecnologia.
Já em relação à soja, devem ser colhidas 65,2 milhões de toneladas no Brasil, ante 75,3 milhões de toneladas registradas na safra passada. A queda é atribuída à seca na região Sul, que arrasou as plantações em 2011/2012. A produtividade média nacional, que na temporada anterior foi de 51,9 sacas por hectare, caiu para 43,3 sacas por hectare. O Rio Grande do Sul foi o Estado mais castigado pela estiagem e passa a ocupar não mais o terceiro, mas o quarto lugar no ranking nacional de produção da oleaginosa.
Há registros de quebra acima de 50% em várias lavouras, em especial na região noroeste do Estado, onde todo o período de desenvolvimento da lavoura foi afetado, conforme aponta o estudo. A produtividade média do Rio Grande do Sul alcançou 20 sacas por hectare, ante as 47 sacas obtidas em 2010/2011. A produção total despencou de 11,6 milhões de toneladas para 4,5 milhões de toneladas.
– É a segunda maior quebra registrada no Estado nos últimos 10 anos. Em 2004/2005, a produtividade chegou a 11,6 sacas por hectare – afirma Pessôa.
O Paraná, também prejudicado pela seca, obteve produtividade abaixo do esperado, alcançando 39 sacas por hectare contra 56 sacas na safra 2010/2011. No oeste e no sudoeste do Estado ocorreram os maiores prejuízos, principalmente nas lavouras de soja precoce. Diante desse quadro, a safra caiu de 15,5 milhões de toneladas para 10,5 milhões de toneladas. Assim como o Paraná, Mato Grosso do Sul também teve dificuldades com as lavouras de soja precoce na parte sul, refletindo na queda da produtividade de 49 para 42 sacas por hectare.
O contraponto nesse cenário foi Goiás, que registrou a maior produtividade média brasileira, com 54 sacas por hectare, diante de 52 sacas na safra passada, por conta das boas condições climáticas e o uso intensivo de tecnologia. Já em Mato Grosso, onde havia expectativa de safra recorde, a ferrugem e o baixo peso dos grãos levaram o Estado a registrar, nesta safra, a mesma produtividade de 53 sacas por hectare do ano passado, obtida com o aumento da área plantada.