O milho foi desenvolvido com múltiplos genes para enfrentar pragas e plantas daninhas e ao mesmo tempo com tolerância a dois tipos de herbicidas: o glifosato e o glufosinato.
– O agricultor brasileiro investe em alta tecnologia. Especificamente, no mercado de milho [a biotecnologia] já esta acima de 70%, e estimamos que nos próximos cinco anos esta porcentagem deve chegar perto de 90%. Com isso, o agricultor brasileiro consegue não só incrementar produtividade, mas qualidade no produto final – diz o diretor de Sementes e Biotecnologia da Dow AgroSciences no Brasil, Rolando Alegria.
Na maior estação de pesquisa no Brasil da Dow Agrosciences, dos mais de 500 hectares de terras, 140 hectares são destinados ao desenvolvimento de transgênicos. O presidente da empresa no Brasil, Ramiro De la Cruz, explica que é primeira vez que a Dow lança uma nova tecnologia em solo brasileiro antes de comercializar nos Estados Unidos. Por uma razão simples, o país vem mostrando os melhores resultados no mercado mundial de sementes e defensivos.
– O maior crescimento em sementes no mundo da nossa empresa é no Brasil. A participação do mercado que a Dow AgroSciences tem no Brasil é mais alto do que nos Estados Unidos e na Argentina, e os materiais que temos aqui são extraordinários – defende o presidente da empresa no Brasil.
O milho que consegue controlar com eficiência sete lagartas – entre elas a mais agressiva, que é a lagarta do cartucho – tem duas proteínas ou genes desenvolvidos pela Monsanto e um pela Dow. A parceria fecha o pacote tecnológico, explica o gerente de pesquisa e desenvolvimento e coordenador de projetos de Biotecnologia da Dow na América Latina, Antonio Cesar Santos.
– Uma empresa tem alguns produtos, alguns genes que trabalham bem para uma ou outra praga, então atende uma das necessidades do produtor. A outra empresa tem outro produto que atende outras necessidades. Esta parceria funciona de forma a atender melhor todas as necessidades que o produtor tem. Um outro ponto é que, à medida que você tem mais proteínas ou genes de controle de insetos, você diminui a probabilidade de ter desenvolvimento de resistência. Isso aumenta a durabilidade da tecnologia – destaca coordenador.
A biotecnologia na agricultura passou a se intensificar a partir da década de 1990. Apesar de ainda enfrentar uma certa resistência da sociedade, ela vai avançando. Para o futuro, os pesquisadores trabalham para encontrar novos genes que possam ajudar no controle de outros insetos além das lagartas.
– Um dos pontos que hoje não está coberto pela tecnologia BT é o controle de insetos sugadores. Isso é uma coisa a longo prazo, mas seria bom ir agregando novas proteínas para novos produtos – conclui Santos.