Estados Unidos recomendam redução no uso de antibióticos em animais

Órgão do governo ressaltou que o uso generalizado do produto para estimular o crescimento em animais que produzem alimentos deve acabarEm sua recomendação mais severa até agora, a Administração de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) disse nesta quarta, dia 11, que os produtores precisam reduzir o uso de antibióticos em suínos, gados e aves para evitar que se tornem ineficazes contra infecções humanas.

O órgão ressaltou que o uso generalizado de antibióticos para estimular o crescimento em animais que produzem alimentos deve acabar, embora tenha permitido que os setores de medicamentos e pecuária o façam voluntariamente.

— Sabemos que o uso generalizado de antibióticos pode contribuir para a resistência dos micro-organismos, o que tem consequências à saúde pública — afirmou o vice-comissário para Alimentos da FDA, Michael Taylor.

Usar antibióticos para aumentar a produção de carne se tornou uma prática comum, mas também leva à superexposição de bactérias aos remédios e cria um risco maior de esses micro-organismos se tornarem resistentes a drogas importantes para a medicina, como a penicilina e a tilosina.

Os antibióticos têm um efeito secundário sobre os animais, aumentando a eficiência da digestão e acelerando o crescimento. Em um dos documentos de orientação distribuídos nesta quarta-feira, a FDA instruiu a indústria farmacêutica a retirar a validade do uso de antibióticos para estimular o crescimento na ração animal.

— A FDA deu um passo importante para ajudar a proteger a saúde pública de bactérias resistentes a antibióticos ligadas ao uso excessivo de antibióticos na pecuária — disse a diretora da Campanha Pew para Saúde Humana e Agricultura Industrial, Laura Rogers.

Na semana passada, a FDA decretou uma proibição parcial de cefalosporinas na ração animal, mas liberou o uso para doenças animais. Os animais consumiram 29,1 milhões de libras (13,2 milhões de quilos) de antibióticos em 2010 nos Estados Unidos, de acordo com os últimos dados da FDA, divulgados em outubro.