Preço da carne deve subir 7% até o final do mês no Rio Grande do Sul

Baixa oferta nos frigoríficos gera perspectiva de aumento ainda em abrilO preço da carne vai subir nos próximos dias na região Sul do país. Com a baixa oferta nos frigoríficos, a perspectiva é de elevação de até 7% ainda este mês.

Mesmo no final da primeira quinzena de abril, quando o consumo costuma apresentar sinais de retração, o mercado deve manter o reajuste de preços. Pesquisa realizada nas principais capitais brasileiras pela Scot Consultoria registra que, desde o início de abril, o preço do boi subiu 4%, estando cotado atualmente a R$ 6,23 o quilo. Na região metropolitana de Porto Alegre (RS), o aumento foi de 1,15% em relação ao mês anterior e 3,45% em relação ao mesmo período no ano passado, e o preço médio do quilo da carne, levantamento que leva em conta todos os cortes, é de R$ 15,91.

Proprietário da Casa de Carnes Bolinha, Marcelo Conceição confirma que há uma tendência para o aumento no preço do quilo da carne bovina no Rio Grande do Sul. Ele ressalta, porém, que os valores ainda não subiram por causa da entrada de carne do Centro-Oeste no Estado.

– A expectativa é de que teremos uma alta de 5% a 7% ainda este mês, principalmente na capital [Porto Alegre]. No interior do Rio Grande do Sul, demora-se um pouco mais para absorver o aumento – explica Conceição.

Dia da Mães deve acelerar repasses ao consumidor
Para o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, o mercado local ainda não sentiu os efeitos do preço. Isso deve ocorrer nas próximas semanas devido à proximidade com o Dia das Mães.

– O mercado continua igual. Um aumento deve ocorrer na próxima quinzena, por causa da data – avisa.

A oferta enxuta de carne bovina, com redução dos abates é outro motivo que justifica o cenário da alta nos preços. Segundo Ronei Lauxen, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado (Sicadergs), o Rio Grande do Sul está com o boi mais caro do Brasil.

– Com a redução de abates, houve descompasso entre oferta e procura. O mercado gaúcho precisa baixar o preço para tornar-se mais competitivo – sugere.

Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), José Fernando Piva Lobato atribui a ociosidade dos frigoríficos à redução da oferta. Segundo o especialista, a capacidade instalada para abate de gado está sendo utilizada em nível abaixo do disponível.