A ação do MPF reuniu vídeos, fotos e depoimentos de especialistas. Para os promotores, o material mostra a gravidade do impacto ambiental provocado pela queima controlada da palha de cana-de-açúcar. Eles afirmam que as autorizações concedidas pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) não exigem estudo de impacto ambiental. O presidente da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), Ismael Perina, afirma que a queima é regulada pela legislação estadual.
— A legislação diz que a prática pode ser realizada até 2031, mas o setor quer antecipar o fim da queimada para 2017 — explica Perina.
— Reconheço os impactos ambientais que a queima da palha causa ao meio ambiente. A lei é para ser seguida — diz o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas.
Conforme o presidente da Orplana, os produtores já estão no processo de mecanização da colheita. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na safra 2011/2012 mais de 65% das lavouras da região foram colhidos com maquinário.
Mesmo assim, Perina teme pelo resultado da ação do MPF.
— O setor poderá paralisar se o pedido for acatado — afirma.
Em Franca, no interior de São Paulo, o MPF também pediu a suspensão da queima da palha da cana-de-açúcar, mas foi rejeitada pelo Judiciário. A secretária de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Mônika Bergamaschi, espera que aconteça a mesma coisa na região de Piracicaba.