Ministério Público pede o fim da queimada controlada da palha de cana-de-açúcar no interior de São Paulo

Segundo promotores, material mostra gravidade do impacto ambiental provocado pelo métodoUma ação do Ministério Público Federal (MPF) protocolada no dia 2 de abril pede a suspensão da queimada controlada da palha de cana-de-açúcar na região de Piracicaba, no interior de São Paulo. Os produtores ainda utilizam esse método de manejo por causa da dificuldade de mecanizar a colheita, já que os canaviais estão em locais acidentados.

A ação do MPF reuniu vídeos, fotos e depoimentos de especialistas. Para os promotores, o material mostra a gravidade do impacto ambiental provocado pela queima controlada da palha de cana-de-açúcar. Eles afirmam que as autorizações concedidas pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) não exigem estudo de impacto ambiental. O presidente da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), Ismael Perina, afirma que a queima é regulada pela legislação estadual.

— A legislação diz que a prática pode ser realizada até 2031, mas o setor quer antecipar o fim da queimada para 2017 — explica Perina.

— Reconheço os impactos ambientais que a queima da palha causa ao meio ambiente. A lei é para ser seguida — diz o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas.

Conforme o presidente da Orplana, os produtores já estão no processo de mecanização da colheita. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na safra 2011/2012 mais de 65% das lavouras da região foram colhidos com maquinário.

Mesmo assim, Perina teme pelo resultado da ação do MPF.

— O setor poderá paralisar se o pedido for acatado — afirma.

Em Franca, no interior de São Paulo, o MPF também pediu a suspensão da queima da palha da cana-de-açúcar, mas foi rejeitada pelo Judiciário. A secretária de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Mônika Bergamaschi, espera que aconteça a mesma coisa na região de Piracicaba.