Representantes de 16 países estiveram em uma escola do município de Formosa, no interior de Goiás, para conhecer a iniciativa. O que as crianças aprendem serve para o ensino de diversas matérias na sala de aula.
— A gente aprende a fazer produção de texto, texto sobre a horta, aprende a origem dos alimentos, faz mapa, desenha, traduz tudo para o inglês — comenta a estudante da 5ª série Kênia Cristina Vieira, 10 anos.
— Em Geografia eles podem trabalhar o solo. Eles trabalham Ciências com o desenvolvimento das plantas e os animais invertebrados que aparecem na horta. Na Matemática, situações problemas relacionadas à quantidade plantada, expectativa de colheita, interpretações de gráficos e tabelas. Aquilo que você aprende fazendo, colocando a mão na massa, é mais gratificante, o resultado é bem melhor — explica a coordenadora da horta, Ana Maria Gomes.
A ideia de usar alimentos como método de ensino não veio por acaso.
— Foi pelo aumento da obesidade, transição da desnutrição para a obesidade, essa americanização da alimentação. A horta traz esse cuidado, pensar de onde vem a comida, de como a gente se alimenta, que tipo de escolha a gente faz — explica o consultor da FAO, Juarez Calil.
As aulas são preparadas de acordo com cada região.
— A gente pode explorar a seca do sertão, semiárido, a realidade dos municípios à margem do Rio São Francisco. Cada prefeitura planeja dentro da sua autonomia, do sistema de ensino, a forma como ela vai explorar o projeto dentro dessa metodologia que articula as áreas de educação, nutrição e meio ambiente — comenta Calil.
A novidade aplicada nas escolas brasileiras deve chegar em breve a Moçambique.
— É diferente, porque nós trabalhamos mais no âmbito pedagógico e não incluímos como componente em várias disciplinas. É uma experiência bastante positiva, que irei levar para lá e acredito que, com mais tempo, conseguiremos atingir os níveis que estão atingindo aqui no Brasil — comenta o engenheiro agrônomo de Moçambique, Hélder Carlos Vieira Diva.
A equipe do Canal Rural viajou a Formosa a convite do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.