Oferta maior de confinados deve deixar preços do boi estáveis no ano

Afirmação foi feita por especialistas do Banco Original, holding que engloba a empresa JBSA maior oferta de animais de confinamento neste ano deverá diminuir o diferencial de preços do boi gordo em períodos de safra e entressafra, segundo especialistas do Banco Original, instituição financeira controlada pela J&F, holding que engloba a empresa de alimentos JBS, a de celulose Eldorado Brasil e a de higiene e limpeza Flora. O confinamento é utilizado em períodos de entressafra e uma oferta maior permite segurar eventuais aumentos relevantes de preços do boi gordo.

— Em 2012 ainda acreditamos que haverá diferença de preços entre os dois períodos, porque mesmo com uma maior oferta de confinados não será suficiente para atender a demanda — disse a zootecnista e especialista em economia do banco, Mariana Peres.

No Brasil, 10% da oferta de animais para o abate é terminada em confinamento e 90% em pasto. Nos Estados Unidos, é o inverso: 90% em confinamento e 10% em pasto. Segundo ela, esse porcentual tende a crescer no Brasil devido à necessidade de intensificação da produção ante a uma utilização menor de áreas de pastagem.

O economista da instituição financeira Marcelo Petersen Cypriano ressaltou que a grande oferta de fêmeas para abate, observada desde o final do ano passado, não deverá se manter até a entressafra.

— Essa oferta não será suficiente para derrubar os preços também lá na entressafra — afirmou.

A Pesquisa de Intenção de Confinamento, divulgada pela primeira vez nesta terça-feira pelo Banco Original, ainda mostrou que, do total de animais confinados em 2012, a maioria será abatida em outubro (17%) e novembro (17%), depois em setembro (16%) e agosto (15%).

— Antes havia uma redução drástica da oferta de confinados já em novembro. A pesquisa nos mostrou que neste ano novembro também deverá ter grande oferta de confinados — explicou Mariana.

Ferramentas de proteção do preço

Além da maior utilização do confinamento como estratégia da atividade, o pecuarista está recorrendo mais a ferramentas financeiras de proteção contra oscilação de preços. Na média nacional, o estudo apontou um crescimento de 140% na utilização desses instrumentos em 2012 ante 2011. Dentre os instrumentos que deverão ter maior taxa de crescimento estão contratos de opções de vendas (315%), mercado futuro (194%) e mercado a termo (44%). “É a profissionalização do setor”, disse Mariana.

O levantamento mostrou ainda que em 2011 o peso médio dos animais de confinamento no momento do abate era de 17,9 arrobas, um rendimento de carcaça de 53,8% e uso de 70% de concentrado na dieta.

— A evolução das diferenças regionais desses indicadores serão acompanhados, para que seja observada a intensificação desta etapa do sistema de produção da cadeia — informou Cypriano.