A América do Sul é a maior fornecedora de soja e farelo do mundo de março a agosto, antes da colheita dos Estados Unidos chegar ao mercado. Por isso, a redução de tamanho vai gerar uma séria pressão de demanda sobre os estoques norte-americanos.
– Há indicações de que a média de produtividade sul-americana seja ainda menor do que o previsto anteriormente – afirmou o IGC.
O conselho cortou sua estimava para a safra de soja do Brasil em 1,4 milhões de toneladas, para 65,6 milhões de toneladas, uma queda de 13% em relação à safra recorde de 75,3 milhões em 2010/2011. O clima seco na temporada de crescimento da soja prejudicou as safras no Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, e uma doença de fungos fez cair a produtividade no Mato Grosso, segundo o IGC.
A Argentina deve produzir 42,9 milhões de toneladas em 2011/2012, uma queda de 2,1 milhões de toneladas ante a estimativa anterior e de 12% ante o ano anterior.
Já as exportações de soja do Brasil da safra anterior devem crescer mesmo com o prejuízo causado pela seca na safra atual. O IGC prevê que os embarques no ano comercial que termina em 30 de setembro deste ano totalizem 35,7 milhões de toneladas, um avanço de 19%.
As exportações da Argentina para o ano são estimadas em 8,3 milhões de toneladas, abaixo de 9,2 milhões de toneladas em 2010/11. Segundo o conselho, a produção global da oleaginosa cairá 28,4 milhões de toneladas em 2011/12, enquanto o comércio global deve diminuir em apenas 2,6 milhões de toneladas, indicando um uso intenso de estoques.
O comércio de farelo deve subir 700 mil toneladas, para 57,6 milhões de toneladas, disse o IGC, mas não revelou os níveis de estoque de soja nem de farelo. A importação de soja pela União Europeia deve cair 12% para 11 milhões de toneladas, patamar mais baixo em vários anos, mas as compras de farelo devem subir ligeiramente para 22,7 milhões de toneladas.
O IGC afirmou que a área plantada com soja nos Estados Unidos deve ser maior do que a projeção preliminar do Departamento de Agricultura do país (USDA) de 29,9 milhões de hectares devido ao aumento dos preços da soja em relação aos do milho. Uma oferta apertada de fertilizantes nitrogenados, crucial para a produção de milho, também deve encorajar a troca pela soja, de acordo com a instituição. As informações são da Dow Jones.