A demanda por café deve continuar crescendo, pois as grandes redes de cafeterias, como Starbucks e Peet’s Coffee & Tea, vendem misturas originais de alguns dos três maiores produtores de café arábica.
– O mercado vai começar a voltar até o fim do ano -, afirmou Rodrigo Costa, diretor financeiro da corretora Caturra Coffee.
Os preços do arábica caíram quase 40% em Nova York neste ano ante as máximas do ano passado, de quase 300 cents por libra-peso. Hoje, o contrato com vencimento em julho fechou a 175,20 cents/lb.
A Colômbia, principal produtor de café arábica lavado, está enfrentando muitas chuvas e a Federação Nacional de Produtores de Café (Fedecafé) afirmou que a produção não deve superar 8 milhões de sacas de 60 kg. A Colômbia costumava produzir mais de 11 milhões de sacas por ano.
– Os solos estão segurando muita umidade. Não é um bom presságio para a safra do próximo ano – comentou o gerente da trading de café Ecom na Colômbia, Sam Grigg.
A Guatemala, segundo maior produtor da América Central, enfrenta problemas com o fungo roya, que levou a Associação Guatemalteca de Café (Anacafé) a reduzir sua estimativa de produção para 3,45 milhões de sacas. O presidente da associação, Ricardo Villanueva, disse que o pior ainda está por vir, pois os efeitos do roya são maiores no ciclo que sucedem um surto da doença. Thomas Nottebohm, diretor do grupo de exportadores Adec, acredita que a produção pode ser 5% a 10% menor na próxima temporada.
O México deve produzir menos, num ciclo sazonal de baixo rendimento. Embora a floração e o clima sejam favoráveis, segundo o presidente da União Nacional de Produtores de Café, Gabriel Barreda, a safra deve ser até 15% menor do que a atual estimativa, de 4,3 milhões de sacas.
Honduras, que se tornou o maior produtor da América Central, com produtividade maior, afirmou que faltou chuva neste ano. A floração começou em algumas áreas, mas na maioria a produção é incerta. Autoridades esperam, no entanto, que o rendimento seja pelo menos o mesmo da colheita passada.