Estiagens contínuas em lavouras do Rio Grande do Sul preocupam pesquisadores

Em 2012, seca deixou 337 municípios do Estado em situação de emergênciaOs reflexos de secas e estiagens nas lavouras do Rio Grande do Sul desde o início do século preocupam os pesquisadores. Eles constataram que o rendimento de culturas como o milho, por exemplo, é menor e mais instável no Rio Grande do Sul do que em outros Estados produtores, como Paraná e Goiás. Em 2012, a seca deixou 337 municípios do Estado em situação de emergência.

É tão pouca água que as máquinas conseguem trabalHar dentro do rio para retirar as pedras que se acumulam.

No município de Venâncio Aires, na região central do Estado, a falta de chuvas fez a prefeitura do município estender o trabalho de retirada de pedras do rio Taquari. Normalmente, o serviço é feito apenas nos meses de janeiro e fevereiro. Desde o início de 2012 já saíram do rio que corta a cidade mais de oito mil toneladas de cascalho.

— As últimas cheias trouxeram bastante cascalho, a recarga do Taquari é muito grande. Nós estamos tendo problema não só o nível baixo dos rios, mas o pior de tudo é o nível do lençol freático — explica Fernando Heissler, secretário da Agricultura de Venâncio Aires.

Segundo o agrometeorologista Homero Bergamaschi, todas as culturas de sequeiro se transformaram em plantações de alto risco na região. É preciso buscar maneiras de diminuir os prejuízos para conviver, principalmente com as estiagens curtas, que são as mais frequentes.

— Práticas de manejo conseguem reduzir significativamente o impacto destas estiagens curtas. Agora, nas estiagens longas, elas não são suficientes. Não é com plantio direto, somente, não é com diversificação de culturas somente. Tem que entrar práticas tipo irrigação que vai ter que crescer cada vez mais, enfim, prática de investimento mais pesado, tecnologia mais avançada — afirma.