Chama atenção do governo que esse valor está abaixo do obtido no ano passado, de R$ 216,26 bilhões. Mesmo assim, é o segundo maior valor desde que foi iniciada a série histórica do VBP, em 1997. Os ajustes nas quantidades e nos preços mês a mês vão definindo a estimativa de valor para o ano em curso, uma vez que o valor bruto da produção é obtido através das informações de safras e dos preços, explicou o coordenador de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques.
Os maiores destaques quanto ao aumento do VBP foram verificados no algodão, cuja elevação foi de 30,4%, cana-de-açúcar, 9,5 %, feijão, 4%, e milho, 16,4 %.
– Esses resultados vêm ocorrendo principalmente pelo aumento dos preços desses produtos – justificou Gasques.
Os produtos com pior desempenho neste ano, no entanto, foram a batata-inglesa, com redução no valor de 40,5 %; o fumo, 52,2 %; a cebola, que teve uma redução de 9,3 %; o cacau, 10,9 %; a laranja, 14,3 %; a soja, 12,9 % e o tomate, 4,7%, entre outros.
As reduções no VBP desses produtos se devem especialmente por conta dos menores preços registrados no período. Na soja, em especial, a redução de 12,9% no valor em 2012 é atribuída aos problemas da seca no Sul, principalmente no Rio Grande do Sul e no Paraná, onde as quedas de produção foram acentuadas.
Resultados regionais
A seca ocorrida no final do ano passado e no início deste ano, no Sul, e a que assola o Nordeste, têm provocado perdas em muitas lavouras. As informações de safra referentes ao mês de abril mostram quedas de produção de feijão e milho no Nordeste.
Segundo Gasques, esse desempenho afeta os resultados obtidos com a venda da safra nas regiões que registraram irregularidades climáticas mais acentuadas. A queda do valor da produção de 20,3 % no Sul devido a esses resultados desfavoráveis, faz com que o ano de 2012 seja o primeiro onde o valor da produção do Centro Oeste supera o valor da região Sul.