De acordo com ele, em meados de julho do ano passado, uma geada queimou cerca de 20% dos pés. Por volta de setembro e outubro, período de floração, uma estiagem prejudicou o desenvolvimento da lavoura. Já em fevereiro e março, período da colheita, a chuva que era para ter caído no final do ano atingiu a plantação. Com a precipitação fora de época, parte do cafezal pulou um ciclo. De verde passou direto para seco. Ou seja, o grão não madureceu. A quebra na produção continua a mesma, mas a qualidade do produto final está comprometida, uma vez que a previsão é de chuva para os próximos dias.
Berloto afirma ainda estar preocupado em relação à comercialização. No ano passado, ele diz ter vendido 100 sacas de café no mercado futuro. Por causa da quebra na produção, que segundo ele pode chegar a 40%, terá que colher três mil quilos a mais do grão para conseguir cumprir os contratos.
O pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA) Celso Vegro aponta que o clima prejudicou alguns cafeicultores do Estado, mas garante que, apesar da estiagem prolongada e da geada, a estimativa de produção é maior do que a da safra passada. Os produtores de São Paulo, de acordo com ele, devem colher 5,4 milhões de sacas. A alta é de mais de 28%.