Preço das terras sobe nos EUA acompanhando cotações agrícolas

Valorização de milho, trigo e soja incentivou um crescimento da economia agrícola no país, estimulando a demanda, que envolve desde fertilizantes até máquinas agrícolasO preço das terras cultiváveis no Meio-Oeste dos Estados Unidos voltou a subir no primeiro trimestre, impulsionado por elevados preços agrícolas e porque a seca perdeu força em alguns Estados. As cotações de milho, trigo e soja incentivaram um crescimento da economia agrícola no país, estimulando a demanda, que envolve desde fertilizantes até máquinas agrícolas. Taxas de juros menores também influenciam na valorização das terras, reduzindo o custo de empréstimos para compras.

No coração do cinturão do milho, o preço das terras subiu 19% no trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, informou o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) de Chicago. Em relação ao último trimestre de 2011, o crescimento foi de 5%.

Em relatório separado, o Fed de Kansas City mostrou aumentos ainda maiores para terras não irrigadas no distrito, que inclui a maior parte das regiões central e sul das Grandes Planícies. O preço saltou 25% ante o mesmo período de 2011 e 8% na comparação com o trimestre anterior. Os valores das terras agrícolas foram influenciados pelo aumento na produção de energia em Estados como Oklahoma e Kansas, que impulsionou a receita proveniente dos arrendamentos de terras para produção de minerais.

Já o preço das terras irrigadas, que predominam nas Grandes Planícies por conta do clima mais seco, cresceu 30% em relação ao mesmo período do ano passado. A amenização das condições de seca na região, onde os solos foram danificados em 2011, também ajudou a valorizar as terras.

A alta das terras tem incentivado discussões sobre riscos de haver bolha nos preços. Economistas dizem, no entanto, que os produtores estão pouco endividados e podem resistir à depreciação das terras.