Elevação do status sanitário do rebanho brasileiro pode destravar negociações, sustenta Abiec

Abertura de mercado europeu das tripas bovinas gerou US$ 100 milhõesA elevação do status sanitário do rebanho brasileiro em relação à doença Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como doença da vaca louca (Mad Cow Disease, em inglês), por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla em inglês), pode destravar negociações com alguns mercados da carne bovina brasileira. O status brasileiro passou de "risco controlado" para "risco insignificante". De acordo com o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de

Uma delas é a abertura do mercado europeu para a importação de tripas bovinas. A abertura desse mercado pode gerar US$ 100 milhões por ano.

– Já exportamos carne bovina in natura e industrializada à região, mas os embarques de tripas, que são consideradas ‘material de risco’, ainda estão proibidas, esperando somente o reconhecimento da OIE do novo status do rebanho brasileiro – disse o executivo à Agência Estado.

As outras negociações envolvem autorizações do Egito para a carne enlatada e a da Turquia para a carne com osso.

– Nos dois casos de processamento, há a necessidade de intervenção de maquinário para separar as peças. Os mercados consideram isso como um risco de contaminação e queriam uma maior segurança nossa em termos sanitários – explicou Sampaio.

Para o Egito, o Brasil atualmente exporta carne in natura e até o início do ano os embarques de carne industrializada eram permitidos. Já na Turquia, a solução no impasse envolvendo a carne com osso transformaria o país em um novo mercado para a proteína nacional. A Turquia consome US$ 250 milhões em carne bovina anualmente.

– São mercados que precisam ser recuperados. O reconhecimento da OIE do novo status reforça a imagem do País sobre o controle sanitário e pode abrir caminhos para novos compradores, como Estados Unidos e Indonésia. Além disso, mostrou o compromisso do Ministério da Agricultura em resolver oficialmente essa questão – ressaltou o diretor executivo da Abiec.

Sampaio ainda reiterou as expectativas da Abiec para as exportações de carne bovina para o ano. Para a associação, a receita deverá crescer aproximadamente 10%, passando de US$ 5,4 bilhões em 2011 para um montante de US$ 6 bilhões em 2012. Em volume, a Abiec aguarda uma recuperação da queda de 10,8% registrada no ano passado ante 2010.

Estados Unidos

Sobre a abertura do mercado norte-americano à carne bovina in natura brasileira, Sampaio disse que falta somente a realização e publicação de consulta pública pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, por sua sigla em inglês) sobre as normas de importação.

– Estamos pressionando. Quando o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, veio ao Brasil no ano passado e quando a presidente Dilma Rousseff visitou o país, o pedido foi feito. Mas parece que o ano eleitoral está atrapalhando um pouco o processo. Acredito que ainda nesse ano a autorização sai – declarou.

Agência Estado