ONG encaminha ao governo petição com dois milhões de assinaturas em favor do veto total ao Código Florestal

Dilma tem até esta sexta para decidir sobre o textoUma petição com dois milhões de assinaturas em favor do veto total ao texto do Código Florestal, colhidas pela organização não governamental Avaaz, foi entregue nesta quinta, dia 24, às ministras do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

As assinaturas foram colhidas virtualmente no site da Avaaz, entidade que organiza campanha em todo o mundo, desde o início da tramitação do texto no Congresso Nacional. Dos dois milhões de assinaturas, um total de 800 mil foram feitas após a aprovação do texto na Câmara.

O diretor de campanhas da Avaaz, Pedro Abramovay, considerou importante a atitude do governo de reunir três ministros para receber as assinaturas em reconhecimento à ampla mobilização social sobre o tema. Ele defendeu o veto total do código como a melhor alternativa para garantir a preservação ambiental.

— O texto do Código Florestal representa um retrocesso para o Brasil e o mundo. É baseado em um modelo em que é preciso desmatar para desenvolver. O texto aprovado é o do desmatamento, é a cara do Brasil antigo e queremos o Brasil novo — disse.

A mobilização pela coleta das assinaturas não se restringiu ao Brasil. Cerca de 1,7 mil delas são de outros países, principalmente da França e Alemanha. O abaixo-assinado segue até o momento em que a presidenta Dilma Rousseff assinar a sanção ou estabelecer os vetos ao Código Florestal.

O texto do Código Florestal aprovado na Câmara chegou à Casa Civil no último dia 7 e a presidente tem até esta sexta, dia 25, para sancionar ou vetar. Há dias, Dilma faz reuniões com ministros para analisar o texto. Nesta quinta, ela se reúne com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e ministros de outras pastas envolvidos nas discussões.

O texto aprovado pelos deputados desagradou a ambientalistas e não era a versão que o Palácio do Planalto esperava aprovar. Durante a tramitação no Senado, o governo conseguiu chegar a um texto mais equilibrado, mas a bancada ruralista na Câmara alterou o projeto e voltou a incluir pontos controversos.