Para a temporada 2012/2013, agentes consultados pelo Cepea apontam que a área a ser plantada pode diminuir, devido ao aumento expressivo nos custos de produção em algumas áreas por conta da menor oferta de terra para arrendamento e aumento nos custos da mão-de-obra. A rentabilidade do setor de grãos, em especial, também deve influenciar na decisão de plantio de mandioca.
Quanto à produção de fécula, dados do Cepea apontam que a quantidade produzida no primeiro trimestre deste ano foi 12% inferior à de 2011. Além disso, em maio, a produção segue abaixo do registrado em anos anteriores e, para junho, os agentes do setor apontam para nova queda. Desse modo, agentes colaboradores sinalizam expectativas de que a produção seja ao redor de 535 mil toneladas em 2012, o que representaria ligeiro acréscimo de 3% sobre 2011.
Faturamento da indústria de fécula de mandioca caiu 20% em 2011
A fécula de mandioca, que concorre principalmente com o amido de milho, tem perdido espaço, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O faturamento da indústria, em termos reais, diminuiu 20,4% entre 2010 e 2011, indo para R$ 658,26 milhões, mas ainda foi o segundo maior desde 2004. O resultado de 2011 decorre da queda de 4,2% da produção de fécula e da redução de 16,8% dos preços reais.
Conforme a oitava edição do levantamento anual sobre o desempenho do setor feculeiro realizado pelo Cepea em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), além a quantidade de mandioca processada pela indústria de fécula em 2011 ter tido a segunda redução consecutiva, a produtividade da matéria-prima também diminuiu. Com isso, o volume de fécula produzido no ano passado se limitou a 519,1 mil toneladas, 4,2% a menos que em 2010, representando o menor volume desde 2004.
Mesmo com a menor produção, os preços da fécula de mandioca caíram. No ano passado, o valor médio a prazo do produto foi de R$ 1.300,13 a tonelada, contra R$ 1.563,93 em 2010 (deflacionados pelo IGP-DI mar/12). Essa desvalorização, explicam pesquisadores do Cepea, está atrelada ao fato de muitos consumidores de fécula terem substituído o produto pelo amido de milho. Além disso, alguns segmentos consumidores também tiveram desempenho inferior à média do PIB, reduzindo as aquisições de fécula.
Conforme os pesquisadores, o principal motivo para a perda de competitividade da fécula frente a outros amidos, especialmente de milho, é a volatilidade de seus preços, decorrente do sobe-e-desce da oferta de mandioca para processamento ao longo do ano. As incertezas sobre os preços da fécula acabariam inibindo a demanda de alguns setores consumidores.
O Paraná continuou sendo o principal produtor de fécula de mandioca em 2011 no Brasil, gerando 70,5% do total, participação bem próxima da de 2010. Mato Grosso do Sul aumentou sua participação para 17,1%, enquanto São Paulo caiu para 10,7%. A participação de Santa Catarina seguiu estável, em 1,3% da produção brasileira. Em 2011, também foram coletados dados da produção de fécula no Pará e na Bahia, que representaram 0,3% e 0,2% do total, respectivamente.