Produção de açúcar na Tailândia deve atingir recorde, diz executivo

Notícia seria uma surpresa, pois inicialmente se esperava que o clima seco tivesse prejudicado os canaviais do paísA produção de açúcar da Tailândia em 2012/2013 pode ultrapassar a safra recorde de 10,24 milhões de toneladas deste ano, alcançando 10,6 milhões de toneladas, afirmou o presidente da Corporação de Usinas de Açúcar Tailandesas, Cherdpong Siriwit. A notícia seria uma surpresa, pois inicialmente se esperava que o clima seco tivesse prejudicado os canaviais do país.

Em março, estimava-se que a produção do ano comercial que começa em 1º de outubro caísse 30% devido ao tempo seco. Se a projeção de Siriwit se concretizar, o excedente mundial de açúcar deve aumentar ainda mais, aprofundando o sentimento baixista. Após um período de clima seco, “as chuvas chegaram e beneficiaram a cana nas principais regiões produtoras do país”, disse o executivo. A moagem para o ano-safra 2011/2012 terminou no mês passado. A temporada de moagem geralmente vai de novembro a maio.

– Esperamos que a cota de consumo doméstico fique estável em 2,4 milhões de toneladas em 2012/2013 –  disse Siriwit, já que, deste modo, os embarques da Tailândia no próximo ano podem ficar perto de oito milhões de toneladas,. O país exportou 6,7 milhões de toneladas em 2010/2011 e poderá embarcar 7,4 milhões de toneladas neste ano, acrescentou.

Os estoques globais finais de 2011/2012 devem subir cerca de 1,5 milhão de toneladas, para 58,5 milhões de toneladas, de acordo com a Organização Internacional de Açúcar (OIA).

As cotações do primeiro contrato da commodity na Bolsa de Nova York (ICE Futures U.S.) tem caído desde março, mês em que estavam a 26 cents por libra peso. Na última segunda-feira, o vencimento julho fechou em uma mínima de 21 meses, a 18,90 cents por libra peso.

– Mesmo se a colheita da Tailândia for recorde, a oferta pode ainda não atender à demanda local, pois os preços domésticos são inferiores aos dos países vizinhos – disse Siriwit.

De acordo com ele, os preços do açúcar no varejo, que são fixados pelo governo, foram mantidos em 23,5 bahts (US$ 0,74) por quilo nos últimos três a quatro anos.

O baixo valor do açúcar tailandês estimulou o contrabando para outros países asiáticos, uma tendência que pode continuar, levando a uma situação similar à de 2010, quando o governo foi forçado a importar o produto do mercado internacional, afirmou o executivo.

– Os preços domésticos do açúcar vão depender do mecanismo de livre mercado (…), um mecanismo flexível de precificação também se torna essencial, pois caminhamos em direção ao mercado comum asiático em 2015 – disse, referindo-se ao acordo da Associação de Países do Sudeste Asiático para o início de um sistema em que mercadorias, serviços e força de trabalho circularão livremente entre os integrantes do bloco.

No mercado único, os integrantes asiáticos também precisarão reduzir suas tarifas de importação sobre commodities, como o açúcar. As informações são da Dow Jones.