Potencial da África como novo celeiro mundial de alimentos é debatido no Congresso Brasileiro de Soja

Desenvolvimento de novas tecnologias no Brasil para a cultura da oleaginosa também esteve em discussão nesta quartaEspecialistas que participam do 6º Congresso Brasileiro de Soja, realizado em Cuiabá (MT), apontam que a África deve ser responsável por atender à crescente demanda mundial por alimentos no futuro, ao lado do Brasil. Para que a expectativa se torne realidade, no entanto, eles afirmam que será preciso investimentos e transferência de tecnologias para ajudar a desenvolver a agricultura. Conforme o presidente do Congresso Mundial Pesquisa de Soja, Gerhard Scholtemeijer, pela primeira vez um país af

O continente, apesar de apontado como novo celeiro de alimentos, utiliza menos de 20% de suas terras para a produção. Porém, de acordo com o especialista, o cenário pode mudar nos próximos anos, com investimentos externos.

– O Brasil demorou muitos anos para conseguir alavancar a produção de soja e, depois que conseguiu, nunca mais parou de crescer. Isso também pode acontecer na África. A África do Sul, por exemplo, já registra alguns avanços e deve ser o primeiro país africano a produzir mais de um milhão de toneladas de soja, já na próxima safra – diz.

Considerar a semelhança entre o Cerrado brasileiro e a Savana africana pode ser um caminho no desenvolvimento da produção de alimentos naquele continente, na avaliação do supervisor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Paulo Roberto Galerani. Ele conduziu pesquisas na África durante três anos e lembra que a Savana ocupa 600 milhões de hectares. Parte desta área, em sua opinião, pode ser destinada à agricultura. Ainda segundo o pesquisador, o apoio ao desenvolvimento da agricultura no continente não deve prejudicar o Brasil no futuro com maior concorrência no mercado de grãos, por exemplo.

O desenvolvimento de novas pesquisas e tecnologias no Brasil também foi destaque nas discussões do evento nesta quarta, dia 3. Apesar de ser referência internacional e exportador de conhecimentos agropecuários, o país precisa garantir uma boa participação na corrida biotecnológica, conforme o pesquisador da Embrapa US Labex, Alexandre Nepomuceno. Ele afirma que os estudos sobre avançam rapidamente no mundo e que é preciso que empresas públicas e privadas brasileiras invistam neste setor.