Restrições da União Europeia à carne brasileira podem estar perto do fim, diz representante da Abiec

Produtores que participam da Feicorte 2012 afirmam que vendas para países europeus não valem mais a penaOs obstáculos e restrições impostos pela União Europeia aos embarques brasileiros de carne podem estar perto do fim. É que afirmam os representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Apesar disso, produtores que participam da Feicorte 2012 afirmam que as vendas para os países europeus já não valem mais a pena.

Em 2008, a Europa criou a chamada lista Trace, que determina o número de propriedades brasileiras habilitadas para exportar carne bovina para os países europeus. Naquele ano, o Brasil tinha 26 mil propriedades credenciadas com rebanho de 26 milhões de cabeças. Hoje, o número caiu para duas mil fazendas, com pouco mais de quatro mil animais.

Segundo o diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio, as restrições ao produto brasileiro não pararam. Outra dificuldade é com relação às vendas dentro da cota Hilton, que é de 10 mil toneladas e destinada ao produto de maior qualidade.

O pecuarista Ailton Santos, do norte de Minas Gerais, afirma que quando começou a exportar para a Europa as regras eram mais simples. O valor pago pela arroba era maior e o produtor ainda recebia uma premiação pela carcaça de melhor qualidade. Hoje, com a crise que assola o continente, e com base em todas as restrições, o produtor diz que não vê vantagem em exportar para os países.

O diretor executivo da Abiec afirmou que até o fim do ano Brasil e União Europeia devem ter novidades com relação às barreiras. Outro fator que traz otimismo para os produtores brasileiros é a necessidade de consumo dos europeus. Números mostram que a produção do continente não atende toda a demanda, o que abre possibilidade de retomada das compras de carne brasileira.