Soja desacelera e alivia pressão sobre o IPA-10 em junho

Grão contribui para recuo de 0,22 ponto porcentualA soja reduziu a pressão sobre o Índice de Preços ao Produtor Amplo - 10 (IPA-10) em junho, informou nesta sexta, dia 15, a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O preço do grão manteve a alta, mas desacelerou, passando de um aumento de 10,40% no IPA-10 de maio para 5,05% no IPA-10 de junho. Apenas o movimento da soja em grão contribuiu para uma desaceleração de 0,22 ponto porcentual no IPA-10 de junho.

O óleo de soja in bruto chegou a registrar recuo de preços, com uma queda de 1,25% em junho, após avanço de 5,14% em maio. O preço do farelo de soja desacelerou de 12,64% em maio para 9,53% em junho.

– Nos últimos meses, a soja subiu absurdamente e ela ainda responde por parte expressiva do IPA hoje, dentro de seus derivados. Ela é cotada no mercado internacional, e se a nossa moeda é desvalorizada, fica mais cara para nós. Mas o preço está caindo no mercado internacional. A alta do dólar é compensada pela queda do preço. Então o efeito está diminuindo no IGP – apontou André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.

A desaceleração está em curso também no complexo soja. A variação do grão e produtos derivados no IPA-10 foi de 10,71% em abril; caiu para 9,94% em maio; e agora chegou a 4,83% em junho.

– Se o complexo soja tivesse tido variação 0%, o IPA-10 teria sido de 0,38% – calculou Braz. Em junho, o IPA-10 teve alta de 0,73%, após uma taxa de 1,21% em maio.
 
A valorização do dólar frente ao real também impediu que a alta nos preços dos produtos industriais desacelerassem com mais força no IPA-10 de junho.  Os produtos agropecuários reduziram o aumento de preços de 0,90% no IPA-10 de maio para 0,33% no IPA-10 de junho. Já os produtos industriais passaram de uma alta de 1,32% para 0,87% no período.

– O lado mais lento da desaceleração é onde o câmbio atua mais fortemente. Por isso, a desaceleração em agropecuários é nítida e em produtos industriais, mais gradativa – explicou André Braz.

A FGV calcula que a alta média no câmbio em junho foi de 6,05%, contra 4,34% de maio.

Agência Estado