Minc avaliou que, uma vez traçada a “fronteira de legalidade”, será possível saber ao certo quem vai receber crédito, apoio técnico e estímulo para produzir na Amazônia. De acordo com o ministro, quem insistir em permanecer à margem da lei receberá “a mão pesada” da Polícia Federal, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e do Exército Brasileiro.
? Essa é a forma de preservar a Amazônia, olhando para o desenvolvimento sustentável ? acrescentou.
Para Minc, entretanto, a estratégia de efetivar o zoneamento econômico e ecológico para cada um dos nove Estados que compõem a região amazônica possibilita que a preservação do bioma não aconteça apenas “com polícia”, mas por meio do ordenamento do desenvolvimento.
? Cada um dos zoneamentos determina, por exemplo, áreas que devem ser protegidas, áreas degradadas e que devem ser recuperadas, áreas propensas a alguma atividade industrial. É a idéia de um ordenamento que combine a preservação com a atividade. Afinal, 24 milhões de pessoas moram na Amazônia e precisam ter uma vida digna, ocupação e renda ? afirmou.
Sobre a BR-163, Minc classificou a região que corta a rodovia como “desastre ecológico” e “desgraça” e ressaltou que todas as medidas adotadas para a futura BR-319 foram pensadas de maneira que a devastação não tome conta do local como ocorreu com a BR-163.
Segundo o ministro, desde 2005 ? ano em que a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, já havia previsto a idéia de um corredor ecológico para a região ? o desmatamento na BR-163 triplicou.
? Estive lá mais de três vezes. Temos leilão de boi pirata, de madeira pirata, prendemos gente. Mas voltamos um mês depois e está a mesma desgraça. A situação lá é muito preocupante. Conseguimos um recurso de oito milhões de euros da Comunidade Européia para implantar o distrito florestal da BR-163, mas a diferença tem que ser implantar previamente as defesas. Elas não podem ficar no papel ? concluiu Minc.