– Os preços dos insumos para alimentar os suínos estão muito caros. O valor do milho e da soja aumenta constantemente, já o quilo do suíno só apresenta queda – diz o presidente da associação, Paulo Lucion.
O empresário Jackson Luiz Dulnik, que possui uma propriedade em Sorriso (MT), diz ter abandonado a atividade este mês.
– Eu comprava leitões para a engorda, mas infelizmente o preço do suíno está muito baixo. Estou tendo muito prejuízo, pois tenho gastos com a alimentação do animal e na hora de vender o preço não é valorizado – relata.
Mesmo com a adesão da linha de crédito especial aprovada na última sexta, dia 15, pelo Conselho Deliberativo do Fundo do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel/FCO), os pecuaristas afirmam não conseguir manter as atividades. A medida garante a retenção das matrizes e abertura de crédito de custos para o suinocultor, com prazo maior para o pagamento. De acordo com o presidente da Acrismat, a linha de crédito ameniza o colapso, porém não acaba com a crise.
– Embora tenhamos conseguido o crédito, de nada adianta se o preço da produção continuar maior que o da venda do quilo do suíno. Com essa fórmula, nós vamos continuar perdendo – aponta.
Outro problema, conforme o dirigente, é a dificuldade de comercialização da carne suína. O baixo consumo no mercado interno e a queda nas exportações ocasionaram a baixa no valor pago.
– O poder de compra dos suinocultores está diminuindo. Uma das alternativas para acabar com o colapso é a inclusão da carne suína na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). A suinocultura precisa do apoio do governo federal e estadual para voltar a ser uma atividade promissora – argumenta.