De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), foram colhidos quase 18 mil hectares das lavouras de algodão, o que representa 2,5% da área total ocupada pelas plantações no Estado. A colheita deve se estender até a primeira quinzena de setembro.
Na fazenda de Canísio Froelich, 20% da área de seus nove mil hectares já deveria ter sido colhida há uma semana, mas, por enquanto, não há condições de dar início aos trabalhos. Na previsão do produtor, as atividades só começarão em 15 ou 20 dias.
– Temos período de estiagem de maio até setembro. Neste ano, as chuvas se prolongaram e fizeram com que a parte baixeira apodrecesse e a umidade fez que a planta vegetasse mais – diz Froelich, que cultivou todo o algodão entre dezembro e o início de janeiro.
Além do atraso, Canísio está preocupado com a produtividade, que deve ser entre 10% e 15% menor do que na última safra. Os custos também devem aumentar, já que serão necessárias aplicações extras de defensivos.
O cenário da cotonicultura é preocupante, na avaliação do gerente comercial da cooperativa Unicotton, Jaison Vavassori. O grupo plantou 110 mil hectares nesta safra e muito pouco foi colhido até agora. Mesmo assim, já é possível afirmar que a produtividade média deve cair de 280 arrobas para 240 arrobas por hectare. Apesar da redução, o que mais preocupa é a qualidade do produto.
– Vendemos 60% da safra antecipadamente, a cerca de 90 cents a libra-peso. Se a qualidade cair, os contratos podem estar sob risco – afirma Vavassori.
Em todo o Estado foram cultivados 716 mil hectares. A estimativa é de que sejam produzidas 990 mil toneladas de algodão em pluma.