Criadores e entidades reivindicam três ações principais: aumento do limite de financiamento; a determinação do Banco Central aos bancos comerciais e estatais para aceitar os produtos e reprodutores suínos em garantia de financiamento; e medidas do governo para abertura dos mercados da China, Taiwan, Filipinas e Japão.
Também querem crédito emergencial na base de R$ 150 por animal terminado e R$ 1 mil por matriz alojada; prorrogação das dívidas dos suinocultores; liberação de milho da Conab e suspensão da cobrança do Funrural na venda de leitões e reprodutores.
O argumento usado para o alerta à União é contundente: a suinocultura catarinense é a maior e mais avançada do país, gera 65 mil empregos diretos e 140 mil indiretos, produz 660 mil toneladas de carne com o abate de sete milhões de cabeças e obtém divisas da ordem de US$ 500 milhões por ano em exportações.
A conclusão dos 400 representantes do setor suinícola de SC que participaram da reunião em Chapecó é de que a face mais aguda do problema está na redução das exportações e no excesso de produção, que derrubaram os preços pagos aos criadores pelo peso do suíno vivo de R$ 2,50, no último trimestre do ano passado, para R$ 1,60 neste mês.
O encarecimento dos custos de produção verificados em 2008 agravou o quadro. Conforme o vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, a situação é insustentável. Hoje cada suíno terminado para abate gera R$ 70 de prejuízo para o criador.
? Precisamos planejar a produção e suspender os grandes projetos para adequar a oferta com a demanda ? disse o presidente da ACCS, Wolmir de Souza.
O presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos, Waldomiro Ferreira Júnior, concorda que o grande desafio é reduzir a produção em nível compatível com a demanda, para evitar excessos e o derretimento dos preços. Para exemplificar, ele mencionou que a carne suína de Santa Catarina chega ao mercado paulista mais barata que a produção local, pressionando para baixo o mercado de carnes de São Paulo e prejudicando os criadores dos dois Estados.
Produtores e líderes reclamaram também da lentidão do governo em atuar na abertura de novos mercados e fazer com que outros países reconheçam Santa Catarina como detentora de status sanitário máximo, indicando a erradicação da aftosa. Querem ainda que o governo implemente a proposta do setor produtivo para permutar a carne suína brasileira por gás, trigo, uréia, petróleo e equipamento pesado com a Rússia.