Em discurso na Cúpula Extraordinária de Chefes de Estado da Unasul, Dilma lembrou a existência de “compromisso democrático fundamental” na constituição do Mercosul, que prima pelo respeito aos princípios do direito de defesa, rejeita ritos sumários e zela para assegurar a manifestação dos legítimos interesses dos povos. Ela ressaltou que está consciente dos desafios e oportunidades na liderança do grupo.
– Devemos nos integrar cada vez mais para enfrentar a crise econômica que atinge os países desenvolvidos, em especial os da zona do euro, ampliando o que há de melhor em nosso modelo de crescimento, que é a distribuição de renda, a inclusão social e o crescimento de nossas economias de maneira sustentável – acrescentou.
De acordo com Dilma, é preciso fazer da integração das economias do Cone Sul um fator relevante de aprimoramento das condições de vida dos povos da região, que é uma das áreas menos afetadas pela crise financeira internacional. Destacou, porém, que a América Latina não é e não será apenas fornecedora de alimentos, de minérios e de energia.
A presidente salientou que o comércio de bens básicos é importante em um mundo no qual a segurança alimentar e energética ganha destaque, mas enfatizou a necessidade de mais investimentos em educação, em pesquisa científica e pacotes tecnológicos, de modo a gerar inovações para “ampliar nossos mercados e assegurar nossos conhecimentos”.
O Brasil assume a presidência pro tempore do Mercosul com o compromisso, segundo ela, de dar seguimento a todas as políticas de integração, baseadas no que foi conquistado, e contribuir para mais avanços no âmbito regional.
– Devemos incluir objetivos estratégicos para integração de nossas cadeias produtivas e assegurar que todos os países tenham capacidade e possam ter ganhos.
Adesão da Venezuela será oficializada em julho
O Mercosul aprovou a entrada da Venezuela como membro permanente do bloco. A decisão foi aprovada por Brasil, Argentina e Uruguai. O ingresso será oficializado no dia 31 de julho em uma cúpula no Rio de Janeiro.
A Venezuela pediu adesão ao organismo em 2005, mas o Congresso do Paraguai não aprovou o ingresso, porque o país não respeita valores democráticos exigidos pelo grupo. Os Congressos do Brasil, Uruguai e da Argentina foram favoráveis ao novo sócio. O anúncio foi feito pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Em Caracas, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, comemorou a entrada no bloco regional, que, segundo ele, que provocará impacto social, econômico e político para o fortalecimento da integração latinoamericana. A presidente da Argentina afirmou que não haverá sanções econômicas ao Paraguai.
– Nosso objetivo é garantir a melhor qualidade de vida aos povos do Mercosul – disse.