De acordo com o coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, a soja foi o principal responsável pela mudança de patamar da inflação, explicando que, após um período de queda, os preços voltaram a subir com a seca nos Estados Unidos.
Na primeira prévia de julho, a oleaginosa aumentou 9%, ficando bastante acima dos 2,35% registrados em igual período de junho. O preço do complexo soja vem registrando alta desde o início do ano, quando houve uma quebra de safra no Brasil e na Argentina. Segundo Quadros, ainda é difícil prever até quando o impacto da soja irá pressionar os IGPs, mas explica que a expectativa é de que a inflação alcance seu pico no IGP-M de julho e depois comece a desacelerar em agosto.
A FGV também apontou que os combustíveis responderam por 18% da inflação registrada pelo IPA na primeira prévia do IGP-M de julho. O índice pulou de 0,64% na primeira prévia de junho para 1,25% na primeira prévia de julho.
– Como não se espera um novo aumento da gasolina, esse impacto tende a sumir em agosto – previu Quadros, lembrando que os itens gasolina e óleo diesel estavam zerados, mas subiram após o reajuste de preços anunciado pela Petrobras no final do mês passado.
Os dados da FGV mostram ainda que a gasolina aumentou 7,83% na primeira prévia de julho em comparação com o mesmo período do mês anterior, enquanto o óleo diesel teve alta de 3,94%. Quadros ressaltou ainda outros fatores que ajudaram a pressionar a inflação, como alimentos in natura e automóveis. No caso dos combustíveis, o coordenador recorda que as montadoras reduziram preços em junho, mas que, sem o desconto, o item, que registrou deflação de 2,59% na primeira prévia do mês passado, fechou zerado.