Seca nos Estados Unidos beneficia venda futura de grãos

Especialistas advertem que o mercado não deverá suportar atual nível de preços nos próximos mesesA maior seca dos últimos 50 anos nos Estados Unidos tem provocado forte alta nos preços da soja e do milho, o que beneficia futuras vendas de produtores brasileiros. Especialistas, porém, alertam: o mercado não deve suportar esse nível de preços nos próximos meses.

Nesta quinta, dia 26, os valores recuaram na Bolsa de Chicago, que regula os preços das commodities, ficando abaixo de US$ 17 o bushel (equivalente a 27, 2 quilos). Foi o resultado da chuva prevista para Estados americanos atingidos pela seca. Faltando cerca de 15 dias para a colheita, o milho tem perdas irreversíveis. Segundo o relatório deste mês do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a produção terá 46 milhões de toneladas a menos do que o previsto. A soja enfrenta problema semelhante: com prognóstico de colheita de 87 milhões de toneladas em junho, que agora caiu para 83 milhões de toneladas.

O efeito é a alta de preços. No Rio Grande do Sul, a soja chegou a ser embarcada por R$ 85 a saca no porto de Rio Grande, lembra o analista de mercado Farias Toigo. Como o estoque do grão é de seis milhões de toneladas no país, devido à seca que atingiu a safra de verão, as atenções se voltam à venda futura.

– Hoje, o preço é definido em meio a especulações de quebra de safra americana. À medida que tivermos números concretos da safra nos EUA e a confirmação de ampliação de áreas de cultivo na América do Sul, a tendência é de que o preço baixe – alerta o consultor Carlos Cogo.

Produtores de gado de corte, suínos, aves e leite, porém, sofrem com a alta. O farelo de soja, um dos principais ingredientes das rações, subiu 110% no último ano, com consequente impacto nos custos de produção.

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