Stephanes diz que alteração na lei ambiental é urgente

Ministro participou de seminário em Uberaba nesta segundaDois mil produtores rurais representando 400 sindicatos de Minas Gerais lotaram o centro de eventos da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) em Uberaba (MG) nesta segunda, dia 9, para participar do Fórum de Legislação Ambiental. O prazo para mudanças termina no final do ano, e todos têm pressa para adequar a lei à realidade do agronegócio brasileiro. O evento contou com a participação do ministro da Agricultura. Em seu discurso, Reinhold Stephanes disse que é urgente a revisão de se

? Se forem cumprir a atual legislação, um milhão de pequenos produtores podem perder a capacidade de produzir. Queremos que as mudanças aconteçam ainda este ano. Já para uma reforma mais ampla precisaremos de mais tempo ? afirmou. 

Mudar a norma ambiental não é tarefa fácil. A reserva legal já está nas lei brasileira desde 1934. De lá para cá o agronegócio passou a representar um terço do Produto Interno Bruto (PIB).

Na última década os debates esquentaram, e hoje a discussão é sobre o dilema produzir e preservar e as exigências envolvidas nesse processo, que, segundo estudos, podem acabar com produções já consolidadas como a de café do sul de Minas Gerais.

Além da polêmica sobre a produção em encostas e nas várzeas, um dos principais pontos que lideranças do setor agropecuário vêm debatendo é a possibilidade de as áreas de preservação permanente serem incluídas no percentual exigido como reserva legal. Para os produtores, isso evitaria a obrigatoriedade de trabalhar com agricultura e pecuária em menos da metade da propriedade e reservar o restante da área à preservação ambiental.

? É inviável atender à legislação atual. Fico com 50% da área inutilizada ? reclama o presidente do Sindicato Rural de Tupaciguara, Ildebrando Alves da Silva.

? Na minha propriedade vou ter que cercar as áreas que eu mesmo criei como bolsões e curva de nível para não ser punido ? conta o produtor rural José Basílio, de Santa Vitória.

Uma carta com as propostas de mudança para aplicação e sustentabilidade foi o resultado do seminário. O fórum apresentou ainda duas palestras sobre as legislações ambientais estadual e federal. A união dos produtores em Uberaba serviu de impulso para acelerar o processo de mudanças

? Vamos fazer reuniões iguais a esta de Uberaba em todas as regiões produtoras do país. Precisamos mostrar para o Congresso a posição da classe, e o prazo está curto. Temos que resolver essa questão ainda este ano para que os produtores continuem produzindo sem prejuízo para eles ou para o ambiente ? concluiu o presidente da Federação de Agricultura de Minas Gerais, Roberto Simões.