– O desafio da Embrapa é produzir de forma equilibrada minimizando emissão de gases de efeito estufa e aumentando a fertilidade do solo. Meio ambiente, economia e sustentabilidade devem estar sempre em equilíbrio – afirmou.
Ele alertou ainda para os impactos que a mudança climática, com aumento da temperatura média global, pode causar ao Brasil. Entre eles, a intensificação das chuvas, o aumento do nível do mar, a substituição gradual da vegetação da floresta Amazônica e o aumento da aridez no Nordeste.
Monitoramento do estoque de carbono
Entre os estudos feitos pela Embrapa em busca do desenvolvimento sustentável da região, o pesquisador destacou os que tratam do monitoramento do estoque de carbono no solo do Cerrado e da identificação das características das plantas mais resistentes à seca visando transferir mecanismos delas para outras espécies. Ele destacou a importância do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, o Plano ABC, que tem como objetivo incentivar processos tecnológicos que neutralizam ou minimizam os efeitos dos gases de efeito estufa no campo. O programa prevê ações de recuperação de pastos degradados, tratamento de resíduos animais e fixação do nitrogênio no solo, o que, de acordo com Evangelista, reduz o custo de produção e melhora a fertilidade do solo.
Queimadas e incêndios florestais
O secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Brandão Cavalcanti, afirmou que as queimadas e incêndios florestais no Cerrado baixam a fertilidade do solo e devem ser controlados. Ele explicou que a maioria dos incêndios é resultado de processos involuntários.
– Os focos concentram-se nos meses secos e a pior queimada ocorre na véspera da primeira chuva – disse.
Ele apontou a existência do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado, o PP Cerrado, que conta com a participação de 16 ministérios. Cavalcanti disse também que o plano estabelece a redução de emissões, favorece a agricultura consolidada e a conservação. Conforme o pesquisador, as queimadas no Cerrado emitem 232 milhões de toneladas de CO² por ano, efeito que pode ser equiparado às queimadas da Amazônia.
– Os resultados esperados são esses: promover a redução da taxa de desmatamentos e queimadas e ajudar nos compromissos que o Brasil assumiu nacionalmente de diminuir as emissões em 40% até 2020 – explicou.