Os exportadores de grãos devem protocolar em Brasília, na próxima segunda, dia 13, um mandato para garantir a emissão dos certificados sanitários para exportação pelos fiscais.
Além de prejudicar as comercializações do país, a greve também coloca em risco o plantio da safra de verão. Segundo o representante da Associação dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), Marco Antônio Nasser de Carvalho, mais da metade dos fertilizantes é importada. Carvalho afirma que a falta de produto está prejudicando a entrega para os produtores.
A garantia dos fiscais em atender 30% da demanda não é suficiente para produtos perecíveis, como as carnes. Diante disso, as associações que representam as empresas exportadoras de frango e de suínos manifestaram preocupação com a continuidade da greve.
A paralisação da categoria também coloca em risco a oportunidade aberta pela quebra da safra de grãos dos Estados Unidos. De acordo com o presidente da Associação dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, o número de embarcações que aguardam para atracar subiu de 10 para 25 nos últimos dias no porto de Santos. Conforme Mendes, a situação ameaça, sobretudo, a credibilidade do Brasil como exportador de commodities.
Governo está aberto ao diálogo com fiscais agropecuários
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) alega manter aberto o diálogo com os fiscais agropecuários para que a paralisação seja encerrada, mas vem tomando algumas medidas essenciais de modo a garantir a continuidade dos serviços sem prejuízos à população.
Dentre as ações, estão a petição de fixação de percentual mínimo de trabalhadores apresentada à Justiça Federal, com o objetivo de assegurar o trabalho de 50% a 100% dos servidores nas atividades consideradas essenciais, além da possibilidade de os Estados, Distrito Federal e municípios fazerem a execução compartilhada dos movimentos de defesa, vigilância, inspeção e fiscalização agropecuária.
Segundo o secretário Executivo do Ministério, José Carlos Vaz, o objetivo do governo é garantir a segurança alimentar, a sanidade e a idoneidade dos produtos ofertados à população ou exportados. Conforme Vaz, o ministro já avançou nas negociações com a categoria.
– Mendes Ribeiro Filho abriu uma pauta de discussão com os servidores, e nós já estamos avançando. Já dissemos, inclusive, que haverá concurso, e estamos definindo a quantidade de vagas, questões pontuais – salientou.